Ambiente Magazine
A União Europeia definiu metas ambientais ambiciosas para os próximos anos. O Pacto Ecológico Europeu e o Plano de Ação para a Economia Circular exigem uma redução drástica da produção de resíduos, o aumento significativo das taxas de reciclagem e a digitalização dos serviços públicos ambientais. Portugal, como Estado-membro, tem compromissos claros: reduzir os resíduos urbanos depositados em aterro para um máximo de 10% até 2035 e aumentar a preparação para reutilização e reciclagem de resíduos urbanos para, pelo menos, 65% no mesmo prazo. Para atingir estes objetivos, não bastam boas intenções. São necessárias soluções concretas, e é precisamente isso que a Resíduos Smart+ propõe: um novo paradigma de recolha, monitorização e planeamento dos resíduos urbanos, com forte base tecnológica.
Durante décadas, o modelo de gestão de resíduos manteve-se praticamente inalterado. A produção de resíduos era acompanhada da deposição em contentores tradicionais, cuja recolha era feita com base em circuitos fixos e frequências pré-definidas.
O modelo Smart+ aposta numa abordagem inovadora, recorrendo a plataformas de gestão e sempre que possível a sensores de enchimento. Os dados reais são alimentados numa plataforma digital que utiliza algoritmos de otimização, sistemas de informação geográfica e machine learning para gerar rotas dinâmicas e inteligentes, adaptadas às necessidades reais do território. A navegação GPS orienta as equipas operacionais, permitindo uma gestão mais eficiente do tempo, dos recursos e da energia.
De uma fase com recolhas fixas pré-definidas, passa-se a uma lógica de recolhas sob necessidade, dirigidas por dados objetivos e constantemente atualizados. A contenção do desperdício é evidente: menos viagens desnecessárias, redução das emissões de CO2, melhor utilização das viaturas e menor desgaste das infraestruturas urbanas. As rotas dinâmicas permitem uma gestão integrada e em tempo real dos serviços, otimizando a resposta às flutuações diárias de produção de resíduos. Contentorização inteligente, infraestruturas modernas e automatizadas, e uma monitorização contínua completam um sistema que coloca a tecnologia ao serviço da eficiência e da sustentabilidade.
Esta mudança não é apenas técnica, mas também ambiental, económica e social. A otimização da recolha traduz-se em benefícios diretos para o ambiente, através da diminuição das emissões e da pegada ecológica dos serviços de higiene urbana.
A gestão inteligente de resíduos promovida pela Resíduos Smart+ está alinhada com os objetivos do Pacto Ecológico Europeu, da Estratégia Europeia para os Dados e da Agenda para a Transição Digital. O cruzamento de tecnologia, planeamento e sustentabilidade permite que os municípios tenham acesso a ferramentas que não apenas melhoram o serviço prestado, como contribuem diretamente para o cumprimento das metas europeias em matéria de economia circular, descarbonização e qualidade de vida urbana.
É importante sublinhar que esta solução é escalável e replicável em diferentes contextos. A arquitetura modular do sistema permite que possa ser implementado tanto em grandes centros urbanos como em pequenas localidades, com a devida adaptação à geografia, população e tipologia dos resíduos. Não se trata de um modelo fechado, mas de um ecossistema inteligente que aprende com o território e evolui em função dos dados recolhidos.
O Grupo Aquapor está comprometido com esta visão de futuro. Um futuro onde os resíduos deixam de ser apenas um problema logístico e passam a ser parte de uma resposta integrada aos desafios ambientais e sociais do nosso tempo. Um futuro onde a sustentabilidade é alimentada por dados, inovação e responsabilidade.
*O texto é da responsabilidade da Aquapor e foi publicado na edição 111 da Ambiente Magazine