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A INDAQUA está a testar em grande escala uma nanotecnologia que reforça os microrganismos usados no processo de tratamento de águas residuais. Esta é uma tecnologia que está a ser testada pela primeira vez em Portugal, informou a INDAQUA em comunicado. Este projeto de base tecnológica, denominado Nanomateriais para ETAR” está a ser desenvolvido pela INDAQUA, na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Matosinhos, e pretende avaliar o potencial dos nanomateriais na melhoria dos processos de tratamento e na redução do consumo energético e da emissão de gases com efeito de estufa. A iniciativa “pretende estudar a forma como a utilização destes pequeníssimos materiais pode melhorar o desempenho dos microrganismos usados no processo de tratamento de águas residuais”, esclarece a nota de imprensa. Compostos por elementos como ferro, ácido fólico e oxigénio, os nanomateriais funcionam como “vitaminas” que tornam os microrganismos mais robustos e pesados. Desta forma, por um lado, ficam mais resistentes aos poluentes que são prejudiciais ao seu desempenho e que chegam à estação de tratamento em efluentes mais complexos, como os de origem industrial, ou com contributos de tintas, combustíveis ou resíduos de oficinas. Por outro lado, aumentando de peso, os microrganismos contribuem para uma melhor sedimentação da biomassa e para a obtenção de uma água tratada com menos partículas sólidas, melhorando a qualidade com que é devolvida ao meio ambiente. Já para reduzir a utilização de produtos de base química, está a ser estudado, na mesma ETAR, um mecanismo de otimização do uso de reagentes, designadamente de polímeros utilizados durante um processo chamado “desidratação de lamas” e que são substâncias que aglomeram partículas e facilitam a separação entre os sólidos e líquidos presentes nos efluentes. “Apesar de aplicados diariamente, ainda não existe em Portugal uma tecnologia que permita dosear a utilização destes reagentes, adaptando-se às condições existentes, a cada momento, na ETAR. Por isso, a INDAQUA está a criar um mecanismo inteligente, suportado em múltiplos parâmetros e em algoritmos de Machine Learning, que interpretam em tempo real os dados recolhidos por diversos sensores instalados nos equipamentos e regulam o doseamento. Com o doseamento inteligente dos reagentes, pretende-se evitar a sua sobreutilização e garantir um menor consumo de energia durante o processo de desidratação de lamas. Para além disso, as lamas que são geradas têm um menor teor de humidade e o seu transporte para compostagem, através de camião, exige um menor consumo de combustível.”