Visão
Para mudar o mundo, temos de começar por nós próprios. Repensar as nossas escolhas, consumir menos e melhor, deixar o carro em casa… Mas poucos aceitam revoluções nas suas vidas, pelo que a mudança necessária não é possível (apenas) com voluntarismo. Resta saber se conseguimos combater as alterações climáticas sem alterações drásticas no dia a dia -se o capitalismo consciente pode ser uma solução
É possível o crescimento infinito num planeta de recursos finitos? Esta é a pergunta de um milhão de euros. Muita gente começa a pôr em causa o modelo económico atual, que avalia o desenvolvimento dos países através da evolução anual do PIB, propondo a introdução de outros fatores na equação que meçam o bem-estar da população e o progresso da sociedade. Esse caminho passaria sempre por uma redução do consumo, pelo fim do capitalismo como o conhecemos. Realisticamente, o mundo não está preparado para uma mudança tão radical. Mas algo substancial terá de ser feito, atendendo aos impactos do aquecimento que se sentem hoje e que serão muito mais vincados no futuro. “A alternativa já está a acontecer”, avisa Tiago Domingos, professor de Ambiente e Energia no Instituto Superior Técnico. “Certamente não vamos conseguir limitar o aquecimento a 1,5 QC, e mesmo os 2 QC não são prováveis. Agora, a sociedade tem de começar a ponderar que tipo de transição quer, para que o debate não seja hipócrita, para que não continuemos a ter compromissos dos governos que não vão ser cumpridos ” Seja qual for o grau de mudança que estamos dispostos a aceitar, a transição para uma sociedade mais sustentável implicará sempre sacrifícios. “Mudar sem dor já não é possível”, diz Ricardo Morgado, cofundador da Loop, uma empresa especializada em economia circular. “Mesmo com a melhor transição, uma mudança na forma como a economia usa os recursos tem custos, e são muitas vezes os mais desfavorecidos que vão pagar esses custos.” Essa transição será – e tem sido – acompanhada de contestação. Os combustíveis são o melhor exemplo de como a maior parte das pessoas não está disposta a pagar o custo literal da sustentabilidade. Toda a gente é muito ambientalista até o preço da gasolina começar a subir. A história recente deu–nos uma lição para o futuro: os protestos dos Coletes Amarelos, em França, foram desencadeados pelo aumento das taxas sobre os combustíveis, uma medida ambiental de Emmanuel Macron. Podemos continuar a apelar para que as pessoas implementem espontaneamente mudanças de comportamento nas suas vidas. Mas o voluntarismo não ganha escala suficiente para alavancar a transformação necessária, e pode até ser contraproducente: estudos demonstram que pessoas que fazem pequenos gestos em favor do ambiente estão menos disponíveis do que quem não faz nada para pagar mais impostos ambientais, que são precisamente as medidas com alto impacto. Uma espécie de “se já faço a minha parte, que paguem os outros”. Qual é, então, o caminho? Encontrar o ritmo certo O essencial, neste momento, é definir a velocidade da mudança. E a razão não é apenas a impopularidade de certas opções ambientais. Evoluções demasiado rápidas podem fazer ricochete. Um artigo publicado, este mês, na Nature mostra como todos os passos têm de ser bem medidos: os carros elétricos, essenciais para a descarbonização da mobilidade, são em média muito mais pesados do que os convencionais, devido sobretudo às baterias; não havendo uma taxação em função do peso, para incentivar a produção de veículos e baterias mais leves, o custo-benefício pode só compensar em países com uma grande produção de eletricidade a partir de fontes limpas, porque uma parte da energia consumida pelo carro é gasta a transportar o peso extra. As energias renováveis são outra questão a considerar, aponta Tiago Domingos. “A intermitência das renováveis não está resolvida. A variabilidade anual pode ser significativa, sobretudo no vento e na chuva, e o planeamento não leva em conta esta variabilidade. O Reino Unido tem problemas há meses, porque o vento foi menor do que o normal.” Obviamente, isto não significa que se deva abandonar a aposta nas renováveis – apenas que tudo tem de ser pensado ao milímetro. “Em Portugal, podíamos aproveitar mais a capacidade de armazenamento das barragens”, diz o investigador do Técnico. “As baterias são importantes para um sistema baseado em renováveis, para guardar energia de um dia para o outro, mas ainda são caríssimas para armazenamento interanual.” Da mesma forma, o investimento no hidrogénio não está, por princípio, errado – é uma fonte energética de futuro, garante Tiago Domingos. Mas há “argumentos credíveis” de que vamos demasiado depressa. “Somos dos quatro mais rápidos da Europa. Estamos a arcar com os custos de uma tecnologia ainda muito cara. É verdade que ganhamos know-how e marcamos a nossa posição no mercado. Mas a Alemanha fez isso com enormes investimentos em fotovoltaica, e entretanto a China cilindrou a Alemanha nos preços dos painéis. Não é evidente que um país pequeno garanta a vitória só por ir à frente.” Pagar o serviço prestado pela natureza Há outras escolhas que as sociedades têm de discutir. Um dos debates mais acesos neste momento é o papel que a biomassa deve representar na aceleração da transição energética, substituindo-se ao carvão. Tecnicamente, a queima de madeira é neutra em carbono (se descontarmos a energia usada na produção e no transporte). A diferença para os combustíveis fósseis é que o carvão, o gás e o petróleo são fontes de CO2 armazenadas debaixo da superfície, e lá continuarão se não as retirarmos e queimarmos. Queimar biomassa é devolver à atmosfera o CO2 que as árvores absorveram durante o processo de fotossíntese. Uma floresta bem gerida substituirá as árvores cortadas por outras, que vão compensar o CO2 emitido. O problema é que uma árvore demora décadas a chegar ao ponto em que absorve tanto dióxido de carbono como a árvore que a precedeu, e o mundo precisa de cortar as emissões hoje. Foi por isso que mais de 500 cientistas assinaram recentemente uma carta aberta a pedir a líderes mundiais que não fomentem a queima de biomassa. “O recrescimento leva tempo, tempo que o planeta não tem”, escrevem. O ideal seria, claro, manter os bosques intactos. Mas essa opção também tem um custo. É confortável para a Europa dizer ao Brasil e ao Congo que devem manter as suas florestas virgens, a bem do planeta, quando a Europa enriqueceu a desflorestar as suas. Uma solução é pôr uma etiqueta com o preço em cada árvore. O mercado de carbono já cobre parte desse valor. Uma empresa ou um país mais rico pode pagar a um proprietário para conservar uma área florestal, ou para plantar mais árvores, de modo a ganhar créditos de carbono, compensando assim as suas emissões. Mas uma floresta vale muito mais para a sociedade do que a sua capacidade de absorver carbono. Ajuda a reduzir a poluição do ar, melhora a qualidade da água e do solo, previne a erosão, mantém a biodiversidade, fomenta uma cadeia alimentar saudável. Se a sociedade quer usufruir dos serviços de ecossistema de uma floresta, tem de estar disposta a pagar por eles. Como ter um impacto positivo e criar riqueza A sociedade de consumo é um fardo para o planeta. Um estudo publicado, em 2017, no Journal of Cleaner Production concluiu que a energia consumida para fabricar um telemóvel novo daria para carregar um velho durante dez anos. Por outro lado, sem consumo não há crescimento económico. Daí que a economia circular e de partilha seja o mais aproximado que temos de um ovo de Colombo: desenvolvimento sem delapidar recursos. “Viver numa sociedade em que o PIB cresce é fundamental para o progresso, para a melhoria da qualidade de vida”, assegura Ricardo Morgado, da Loop. “Mas sabemos que os recursos são finitos e não podemos continuar assim. A economia circular permite tornar o resíduo em substrato ou dar uma segunda, terceira e quarta vida a um produto. É, na mesma, um modelo com crescimento económico, mas em que os recursos são aproveitados várias vezes.” Apesar de lamentar que Portugal ainda tenha índices de circularidade muito baixos, o empresário vê alguns sinais de esperança. “Para as gerações mais novas, já é mais importante usar e desfrutar do que possuir. E, na COP26, a economia circular será um dos temas.” A reutilização e, em menor medida, a reciclagem são importantes para minimizar o efeito negativo dos nossos estilos de vida. Mas é possível dar um salto ainda maior: criar riqueza tendo um impacto líquido positivo. É essa a proposta de empresas de investimento sustentável. “Permitem a qualquer pessoa investir em projetos de sustentabilidade e ganhar dinheiro com isso, recebendo juros”, explica Nuno Brito Jorge, CEO da GoParity, uma plataforma de crowdfunding destinada a conceder empréstimos que contribuam para os objetivos de desenvolvimento sustentável. “O dinheiro no banco está parado, enquanto nós temos taxas médias de 5,4% ao ano. Além disso, há todo um impacto positivo que o investimento tem na vida das pessoas.” Através da GoParity, já foram apoiados mais de 120 projetos, num total superior a 8,5 milhões de euros. Boa parte destes investimentos consiste em projetos de microgeração de eletricidade, como a instalação de painéis fotovoltaicos nas instalações de supermercados, fábricas e armazéns. O retorno é feito através da poupança que a empresa consegue por não ter de comprar (tanta) eletricidade à rede. Neste caso, o mercado funciona por si mesmo (sobretudo agora, ao preço que está a energia). Para que as mudanças aconteçam, no entanto, são fundamentais incentivos induzidos por políticas públicas. Por exemplo, no sentido de reduzir as emissões da aviação, o governo de França pretende banir as viagens de avião domésticas, enquanto o da Suécia aposta em viagens noturnas de comboio para substituir os voos. Na alimentação, estuda-se a implementação de taxas sobre a pegada carbónica dos produtos, de modo a provocar alterações maciças de comportamento. Porque as pessoas até são sensíveis às dores da Terra – mas precisam de um empurrão na direção certa. —– Marta Barata “A chave é consumir menos” Do seu saco de pano retira um novelo feito com restos de fios de outras manualidades. Puxa de um páreo que estende na relva e desata a tricotar o cachecol que irá oferecer a uma amiga. Enquanto isso, explica que “nada se deita fora”, consciência – ainda que inconsciente – que lhe foi transmitida pela mãe. Marta, 25 anos, acabou por se formar em Design de Moda, sonhando ir parar a um gigante da fastfashion. Durante o curso, em abril de 2013, deu-se a tragédia de Rana Plaza, em Daca, capital do Bangladesh, quando o colapso de um prédio onde funcionavam cinco fábricas de roupa matou 1134 pessoas, pondo a nu as atrocidades da indústria têxtil – no dia anterior ao desastre, haviam sido descobertas rachas no edifício, mas os trabalhadores foram obrigados a ir trabalhar. Esse acontecimento mudou a sua forma de pensar. Marta aderiu ao movimento Fashion Revolution e deixou imediatamente de comprar roupa. Esteve dois anos a invadir os armários da família para encontrar peças que ninguém queria, personalizando-as e fazendo com que elas durassem mais. Hoje está menos radical, mas, ao mesmo tempo, habituou-se a outras coisas, como comer menos carne, ir aos mercados abastecer-se, dizer não a outros plásticos da sua vida, comprar um saco para reter as microfibras nas lavagens e organizar feiras de trocas. “Como foi gradual, criou raízes, em mim e em casa dos meus pais.” Agora, a atual estudante de mestrado, a viver em Lisboa, prefere tratar bem das peças de roupa que compra, em primeira ou segunda mão – não as lava muito, transforma-as, tapando-lhes as manchas, cosendo buracos ou mudando botões. “As minhas decisões podem não fazer muita diferença, porque essas têm de vir das grandes empresas poluidoras, mas talvez consiga levar mais gente a mudar os seus comportamentos. A chave não é consumir diferente, mas consumir menos.” —– Rui Catalão e Maria Antunes “Não somos perfeitos, mas fazemos o nosso melhor” A vida de Rui e Maria já não é a mesma desde que viviam na Holanda e tiveram de começar a fazer pão porque não gostavam do pão local. Daí até mudarem completamente a forma de se alimentarem foram vários passos – mas deram-nos depressa. Em 2017, abriram pela primeira vez as portas de casa, ainda em Amesterdão, para servirem refeições totalmente veganas e com uma pequena pegada carbónica. A esses encontros, que pareciam aulas de sustentabilidade, chamaram-lhes Kitchen Dates. Quando vieram para Portugal, trouxeram-nos na bagagem. De casa passaram para um restaurante, com características especiais, no bairro lisboeta de Telheiras. Arranjaram uma mesa comunitária em que sentavam os clientes que procuravam aprender sobre as alternativas à carne e ao peixe e saber mais acerca de uma vida quase sem resíduos. Pelo meio, veio a pandemia, condenando toda a faceta de partilha do projeto de Rui Catalão e Maria Antunes. Fecharam portas, criaram uma horta e, há quatro meses, nasceu a filha, a Alice. “Ela é uma extensão da nossa filosofia, da forma de estarmos no mundo”, resume o pai, para quem a utilização de fraldas reutilizáveis apareceu de imediato como a única possibilidade. Em casa deste casal não entram descartáveis, nem de puericultura nem outros. A roupa de bebé é, de preferência, emprestada, ainda que para isso tenham de sensibilizar as avós, com tendência para comprar peças que os pais consideram desnecessárias (embora já comecem a mostrar preocupação com a origem e o material da roupa que oferecem). “Estamos longe de sermos perfeitos, pois não andamos de transportes e o nosso carro não é elétrico”, confessa Rui. “Mas tentamos sempre fazer o nosso melhor.” —– Fernando Paiva “Já estive nesse comboio de esgotar os recursos” Ao primeiro contacto, apanhámo-lo em cima da bicicleta, a caminho do “escritório”, na Praia da Barra, em Aveiro – o seu ganha-pão é ensinar os outros a equilibrarem-se na prancha de surf. De resto, dedica-se a espalhar, através da associação Não Lixes, a sua palavra, a única que lhe parece adequada à situação de emergência climática e ambiental. “Durante muitos anos, fiz escolhas erradas, estive em empregos de que não gostava, fumei muito. Hoje tenho uma vida de filme: vou diariamente ao mar, a minha família apoia-me e casei-me com uma mulher que adoro”, resume Fernando Paiva, 51 anos, com a bicicleta estacionada. “Já estive nesse comboio de esgotar os recursos.” Entretanto, tornou-se minimalista, embora “não miserabilista”. 0 seu armário de casa guarda sete t-shirts brancas, dois casacos, duas calças e quatro pares de sapatos, tudo de boa qualidade, para durar. Também deixou de viajar e optou por não ter filhos (“o planeta já está sobrelotado de pessoas a viverem da mesma maneira”). Nem vale a pena salientar que tenta fazer pouco lixo. A sua vida mudou em 2013, quando vivia em Coimbra. Nessa altura, praticava windsurf no Mondego, e foi assim que descobriu que os estudantes, durante a semana académica, deitavam carrinhos de supermercado cheios de resíduos para dentro do rio. Criou a Não Lixes o Mondego para impedir que esse comportamento continuasse em nome da tradição – e conseguiu. Hoje, aposta na educação. Fernando desloca-se a escolas num raio de 70 quilómetros para pregar o seu modo de vida, tentando que fique por lá alguma semente de consciência ambiental. Confessa que não está muito otimista, porque em alguns sítios nem reciclagem existe e, por vezes, os alunos vêm ao seu encontro para anunciar que já não atiram lixo para o chão, como se fosse um grande feito. —— Rita Machado “As pessoas da minha idade estão abertas à mudança” Foi preciso o Tate declarar a emergência climática e pedir aos funcionários que pensassem em formas de as galerias serem mais sustentáveis para Rita Machado, a trabalhar há dois anos e meio no museu londrino de arte moderna, despertar a sua consciência ambiental e mudar comportamentos. Depois de ler sobre o assunto e se inteirar da dimensão dessa emergência, questionou-se sobre quais seriam os seus limites. Facilmente, passou a comer menos carne, nunca mais do que duas vezes por semana (antes consumia todos os dias, alternando apenas com peixe). Decidiu também apoiar os comerciantes locais, virando-se para designers mais sustentáveis e adeptos da slowfoshion. Hoje, abastece-se de produtos de limpeza e higiene numa loja a granel. Porém, a maior transformação foi a bicicleta, que adquiriu e é hoje o seu principal meio de transporte na cidade-demora 25 minutos de casa até ao Tate, onde trabalha como produtora de exposições. “Comprei-a por causa do ambiente, mas isso trouxe-me muito mais. Até mudou a forma como vejo Londres”, revela Rita, 30 anos. “As minhas mudanças são muito normais e fáceis, mas também não sou dura comigo. Aos bocadinhos custa menos. Se toda a gente fizesse o mealtess monday [segundas sem carne], por exemplo, não era preciso haver radicalismos”, defende. Rita sabe que o facto de viver longe da família, menos dada a esse tipo de comportamento, facilita as transformações. Quando vem a Portugal, tenta influenciar os pais, mas esbarra nalguma resistência. “As pessoas da minha idade estão bastante abertas à mudança porque já perceberam que as alterações climáticas vão mesmo afetá-las. Mas a geração dos meus pais mais dificilmente tem consciência disso.” —– Tiago Marques “Não custa assim tanto” Quando estas linhas forem impressas em papel, Tiago há de estar algures entre São Pedro do Estoril, na linha de Cascais, e Glasgow, em Inglaterra, para onde partiu, procurando a forma mais sustentável de lá chegar, mesmo a tempo da COP26. Com ele, seguiram mais 11 jovens com o mesmo objetivo. Apesar de ter apenas 25 anos, antes de entrar neste desafio, Tiago Marques, atualmente a trabalhar como consultor numa empresa de economia circular em Barcelona, palmilhou muita estrada nesta batalha contra o tempo. Quando se apercebeu do que a Ciência determinava a curto prazo, tornou-se um ansioso climático. Hoje, já consegue viver melhor com a realidade que o rodeia – para isso também contribuíram as medidas que tomou no sentido de uma vida mais sustentável. Desde logo, largou os pratos de carne e peixe e passou a ter todo o cuidado com o que veste, optando quase sempre por peças em segunda mão. E até poupa no papel higiénico (são precisos 140 litros de água para produzir um só rolo). Mas, para ele, o facto de, no seu trabalho, guiar associações e empresas no percurso de transição para um modo de estar mais ecológico é o que marca a diferença. “Através do exemplo, dá para ver que não custa assim tanto.” Quando vem a Portugal, três vezes por ano, procura meios alternativos ao avião, como o comboio ou o autocarro. Quando não consegue, tenta compensar as emissões de CO2. “Todos os meses, dou uma contribuição para organizações que me ajudam a compensar algum comportamento mais nocivo para o ambiente.” Respondendo a um questionário acerca dos hábitos de alimentação, de transporte, consumo e energia, chega-se a uma mensalidade que varia consoante o resultado. Objetivo número um: ser corbon positive. Ou seja, ter um estilo de vida que cause uma absorção de CO2 superior ao que é emitido.