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Ambientalistas verificaram que o caudal do Tejo esteve nalguns dias de Agosto abaixo do estipulado no convénio luso-espanhol A organização ambientalista Zero reclama, com urgência, uma melhor gestão dos rios internacionais, nomeadamente do Tejo, apontando caudais muito reduzidos no mês de Agosto, com grandes oscilações nas últimas semanas e, nalguns dias, abaixo do estipulado. O objectivo da organização ambientalista é que “sejam definidos verdadeiros caudais ecológicos, que permitam a sobrevivência dos ecossistemas ribeirinhos e o seu suporte à economia local”, explica em comunicado. A Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável denunciou que “em Agosto, os caudais no rio Tejo têm-se mantido muito baixos, com elevadas oscilações ao longo dos dias, com impactes no ecossistema ribeirinho e consequências para a economia local”. O facto de, como realçou, isto acontecer apesar de os caudais cumprirem “os mínimos estipulados pelos acordos luso-espanhóis” só “vem demonstrar que os acordos vigentes estão mais do que ultrapassados e que novas regras são necessárias, até para incorporar os novos desafios que advêm das alterações climáticas”.
Site desactualizado
A chamada de atenção da ZERO assenta em dados do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH). O cumprimento daqueles mínimos, contudo, não esconde “uma grande oscilação ao longo dos dias de uma mesma semana, com caudais muitíssimo reduzidos num dia e bastante mais abundantes no dia seguinte, mostrando claramente que a única preocupação é o cumprimento do total semanal estabelecido na Convenção”, considerou a Zero, em referência à Convenção de Cooperação para a Protecção e o Aproveitamento Sustentável das Águas das Bacias Hidrográficas Luso-Espanholas, mais conhecida por Convenção de Albufeira, de 1998. Esta organização não-governamental ambientalista denunciou também que o site da Convenção “não é actualizado há quase três anos”. A Zero recordou que os estados da União Europeia encontram-se “em fase de preparação da terceira geração de Planos de Gestão de Região Hidrográfica (PGRH) a vigorar entre 2022 e 2027”, mas assinala, por outro lado, que se desconhece qual o ponto de situação relativamente a Portugal, ou “detalhes de quaisquer negociações com Espanha para revisão dos caudais e estabelecimento de caudais ecológicos nos rios partilhados”.