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No próximo ano, qualquer cidadão ou entidade vai poder compensar os impactes ambientais não inevitáveis através de ecocréditos. A proposta chega através de uma iniciativa da associação ambientalista ZERO, com financiamento do Fundo Ambiental, e que pretender utilizar estas unidades para valorizar os serviços de ecossistemas e a preservação da biodiversidade.
Ao adquirir os ecocréditos, os subscritores compensam a sua pegada ecológica contribuindo para a remuneração de fornecedores (oferta) dos serviços de ecossistema – isto é, os benefícios que as sociedades conseguem obter dos ecossistemas. Com base numa lógica de financiamento colaborativo, os ecocréditos vão apoiar projectos cujos proprietários promoverão intervenções de restauro dos ecossistemas, de preferência em espaços abrangidos pela Rede Natura 2000.
A bolsa de acções a financiar, que será constituída durante este mês, vai incluir projectos por proprietários, arrendatários ou usufrutuários de propriedades rústicas nas quais existam habitats ou espécies que necessitem de intervenção com vista a manter ou melhorar o seu estado de conservação.
A cada metro quadradro da área afecta à conservação ou ao fornecimento de serviços de ecossistema corresponde um ecocrédito. Por sua vez, cada ecocrédito tem o valor de 1 euro, que poderá ser adquirido, a partir do final de Janeiro, por pessoas singulares ou colectivas num plano anual de subscrição, não havendo limite mínimo. No entanto, existe um número de créditos disponíveis por ano, limitados à disponibilidade de área dos terrenos acreditados para apoio a cada ano. Em 2021, o projecto tem 50 mil créditos disponíveis, cujo investimento será aplicado nos anos seguintes.
No âmbito do projecto ECOCRÉDITOS, 70% do investimento será para a reabilitação de ecossistemas, 25% para a remuneração dos proprietários/gestores dos terrenos que adiram à iniciativa e 5% para a auditoria, monitorização e avaliação das acções concretizadas.
“Com este sistema, a implementar de acordo com as regras do financiamento colaborativo (crowdfunding), oferece-se uma solução de investimento cujo retorno reverte na melhoria da pegada ecológica de quem subscreve os ECOCRÉDITOS, possibilitando não só o reforço da sua eficiência económica e ambiental mas também da sua legitimidade e credibilidade na sociedade”, explica a ZERO em comunicado.