CONTROLO DE AFLUÊNCIAS INDEVIDAS DEVE INTEGRAR ESTRATÉGIAS
ADAPTAÇÃO DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO É URGENTE
As alterações climáticas são uma realidade e apontam para a ocorrência de fenómenos extremos cada vez mais frequentes, como o aumento da temperatura e períodos prolongados de seca, bem como o aumento de fenómenos de precipitação intensa e temporalmente concentrada. A adaptação dos sistemas de água e saneamento a estas mudanças torna-se por isso urgente. “Esta tendência irá ter dois efeitos significativos nos sistemas de água e saneamento. Por um lado, irá aumentar o stress hídrico nas origens, com consequentes problemas graves de abastecimento em zo
nas mais vulneráveis e, por outro lado, irá gerar um aumento das inundações, quer em períodos de recorrência menores, quer em intensidade, por incapacidade de escoamento dos sistemas de águas pluviais e, em muitos casos, também são expectáveis problemas acrescidos, nos sistemas de saneamento de águas residuais, devido às infiltrações pluviais nesses sistemas”, resume o presidente da direção da AEPSA (Associação das Empresas Portuguesas para o Setor do Ambiente), Eduardo Marques. A Águas do Tejo Atlântico concorda sobre os desafios
que se aproximam e que obrigam as entidades gestoras de sistemas de saneamento a terem de melhorar os seus níveis de resiliência, isto é, a capacidade de retornar às condições de funcionamento normais antes da ocorrência do evento extremo. “No caso da Águas do Tejo Atlântico, relativamente à ocorrência de eventos de precipitação com forte intensidade, temos vindo a trabalhar ao nível do controlo das afluências pluviais às nossas redes, nomeadamente no controlo de caudais pluviais na origem, com a colocação de dispositivos de controlo e regulação de caudal”, adianta fonte oficial da empresa ao jornal Água&Ambiente.
REDUÇÃO DE INFILTRAÇÕES INDEVIDAS É FULCRAL
O presidente da direção da Associação das Empresas Portuguesas para o Setor do Ambiente, Eduardo Marques, considera que no setor do saneamento das águas residuais o principal problema expectável, decorrente das alterações climáticas, é a falta de capacidade de vazão das condutas, consequência das muitas infiltrações que são indevidas.
“A única forma de contrariar este problema é a redução efetiva e sistemática dos diferentes tipos de infiltrações indevidas, quer tenham origem nas redes prediais ou nas redes públicas, existindo para tal conhecimento e tecnologias suficientes, haja vontade política e de gestão para o fazer”, sublinha Eduardo Marques. Para os sistemas de drenagem de águas residuais torna-se urgente por isso a implementação de planos de redução de infiltrações indevidas, sublinha o responsável.