Diário Económico Águas de Portugal avança com nova reestruturação internaA Águas de Portugal (AdP) vai avançar com uma nova reestruturação interna para reduzir custos. O alvo é a estrutura de gestão e a área corporativa do grupo que gere a captação, tratamento e distribuição de águas aos municípios, cobrindo cerca de 80% da população nacional. A medida insere-se, segundo o Diário Económico apurou junto de fonte governamental, no pacote de reformas estruturais para o sector das águas que o Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, liderado por Jorge Moreira da Silva, vai anunciar em Julho. Para colmatar as discrepâncias tarifárias existentes entre o interior e o litoral do país e melhorar os níveis de eficiência do negócio, o Executivo pôs em marcha, há cerca de dois anos, um processo de agregação dos 19 sistemas multimunicipais de abastecimento de água que integram o grupo AdP. O novo modelo vai agora dar origem a seis empresas, apesar de inicialmente estarem previstas apenas quatro. Uma alteração que se deve à oposição manifestada por algumas autarquias, accionistas minoritárias dos sistemas multimunicipais. O novo figurino do sector será assim composto pela Águas do Norte, Águas de Lisboa e Vale do Tejo, onde estará incorporada a EPAL, e a Águas do Centro Litoral, a que se juntam três das sociedades já existentes, Águas de Santo André, Águas do Alentejo e Águas do Algarve. Em fase de reajustamento encontram-se também os estudos de viabilidade económico-financeira das empresas agregadas. O grupo AdP, presidido por Lobato Faria viu-se obrigado a acomodar, nesta análise, não só a nova realidade económica do País, bem como as alterações regulatórias que foram introduzidas no sector, a par da redução de custos e de pessoal de que foi alvo a empresa ao longo do último ano. Em recente entrevista ao Diário Económico, Lobato Faria afirmou que o programa de redução de custos implementado em 2013 gerou poupanças de 34 milhões de euros, face a 2012. Estes estudos de viabilidade económico-financeira são cruciais para a AdP fechar o próximo plano de investimentos e de financiamento das novas infra-estruturas para o sector, assim como a requalificação das já existentes. Objectivo que está condicionado às verbas do próximo quadro comunitário de apoio. É neste contexto que o Ministério do Ambiente irá apresentar igualmente, em Julho, o PENSAAR 2020, o qual substituirá o actual Plano Estratégico de Abastecimento de Águas Residuais II, articulando-o como o modelo de financiamento dos fundos do programa europeu. A reforma do sector das águas implica a realização de novos contratos de concessão, os quais seguirão para consulta pública dos municípios durante 40 dias. A apresentação deste pacote de reformas coincide com a conclusão da privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF), braço da AdP para a área dos resíduos sólidos urbanos. O encaixe desta operação permitirá reduzir a dívida do grupo Adp, grupo que no último exercício pagou mais de 31 milhões de euros de dividendos ao Estado. O ministro do Ambiente, Moreira da Silva, pretende também concluir em Julho a privatização da EGF, o braço da AdP para o neqócio dos resíduos sólidos urbanos. ÁGUAS DE PORTUGAL 80% Esta é a cobertura de abastecimento de água à população nacional por parte das 19 empresas da Águas de Portugal. AGREGAÇÕES Os 19 sistemas multimunicipais, controlados pela AdP, serão agregados e darão origem a apenas seis empresas.