Água&Ambiente na Hora O presidente do Conselho de Administração da ERSAR, Orlando Borges, considera que a pequena dimensão das mais de 300 entidades gestoras dos serviços de águas e saneamento, que asseguram o abastecimento em baixa, é um “problema grave que está escondido” e pode colocar em causa os resultados alcançados em Portugal nos últimos 20 anos. “Se não fizermos nada os elevados índices que atingimos na área da água e saneamento podem sofrer um retrocesso”, alertou hoje Orlando Borges durante a sessão “Saberes e sabores da Academia”, uma iniciativa da Academia das Águas Livres da EPAL, que decorreu na Mãe d’Água das Amoreiras, em Lisboa, no âmbito do curso de pós-graduação em tecnologias e gestão da água. ???Orlando Borges apresentou a sua reflexão sobre os “20 anos de políticas públicas nos serviços de águas e saneamento: os últimos 20 anos e perspetivas para os próximos 20 anos” que o Água&Ambiente na Hora acompanhou em exclusivo.?O presidente do regulador lembra que os investimentos de milhares de milhões de euros estão feitos mas há uma percentagem que necessita de reabilitação e que está longe de poder ser cumprida. “Muitas das entidades gestoras nem sequer conhecem as infraestruturas”, lamenta, acrescentando que em alguns casos não são câmaras mas juntas de freguesia a gerir a água Outra das questões que preocupa a ERSAR prende-se com a? falta de sustentabilidade de muitas das entidades gestoras.? “Os desafios que são ditados pelas exigências da União Europeia não se compadecem com uma gestão de chafariz”, sublinhou. “Grande parte das entidades gestoras não conhecem os custos associados à água, não recuperam os custos e não apresentam valores adequados da tarifa da água”, argumenta. RECEIO DE AUMENTAR A ÁGUA??Para Orlando Borges o receio que alguns autarcas têm face à necessidade de subir o preço da água não faz sentido. “A Águas do Ribatejo é exemplo de uma empresa intermunicipal numa região que subiu as tarifas e onde os presidentes foram reeleitos nas últimas eleições”, vincou.?Orlando Borges lembra ainda que a atribuição dos últimos fundos comunitários teve como premissa determinado nível de recuperação de custos que não foi cumprido pelas entidades gestoras, o que poderia obrigar à devolução dos fundos. ??A agregação de entidades gestoras em baixa, tal como está a incentivar o Governo, é para o regulador melhor forma de tentar corrigir estes problemas já que esta solução permitirá atingir ganhos de escala e promover sinergias garantindo ao mesmo tempo a capacitação dos recursos humanos. Acompanhe outras notícias de atualidade, comentários e artigos de opinião no FaLang translation system by Faboba