Ambiente Online “Já existe em Portugal uma matriz comum de avaliação da eficiência do uso da água e da energia em sistemas urbanos de abastecimento de água, desenvolvida pelo LNEC. A FENAREG, coordenadora do Grupo Operacional AGIR, entendeu ser de todo o interesse juntar-se ao LNEC Laboratório Navional de Engenharia Civil e a outros investigadores para desenvolver uma matriz que se aplique aos usos agrícolas, avaliando de modo uniforme os sistemas das redes primária e secundária de distribuição de água para a agricultura” afirma José Núncio, presidente da FENAREG, resumindo o objetivo do projeto AGIR- Avaliação da Eficiência do Uso da Água e da Energia em Aproveitamentos Hidroagrícolas , cujos resultados preliminares foram apresentados em Lisboa. O Grupo Operacional AGIR visa apoiar a tomada de decisão planeada e sustentada das Entidades Gestoras dos Aproveitamentos Hidroagrícolas, como associações de regantes, para melhorar a eficiência do uso da água e da energia. Da parte da investigação participam neste Grupo Operacional: LNEC, Universidade de Évora, Instituto Politécnico de Setúbal; Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária; Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio. Estão envolvidas três entidades gestoras de Aproveitamentos Hidroagrícolas: ABORO – Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas; ARBVS – Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Sorraia e ABOVIGIA – Associação de Beneficiários da Obra da Vigia e três agricultores: Sociedade Agrícola Bico da Vela II; AGRO-VALE Longo, Lda e Mencoca Agricultura, Lda. No workshop de execução do primeiro ano do projeto foram apresentadas as métricas do balanço hídrico e do balanço energético desenvolvidas pelos investigadores e os resultados da sua aplicação nas associações de regantes ABORO, ARBVS e ABOVIGIA. Os resultados preliminares indicam que as perdas físicas ou reais de água, devidas a fugas e roturas nas condutas em pressão ou por repassos e descargas em canais e reservatórios, podem atingir os 35% do total das perdas nos sistemas de transporte e distribuição de água para rega. “Em geral as perdas de água nas redes de distribuição de água para agricultura estão muito relacionadas com a antiguidade de alguns sistemas. Há necessidade urgente de reabilitar as infraestruturas antigas e de melhorar a sua eficiência operacional, o que deve começar com uma melhor monitorização de caudais e dos níveis para otimização do controlo de toda a operação do sistema”, explica Dália Loureiro, técnica do LNEC. Os agricultores regantes vão beneficiar do sistema de avaliação criado no âmbito do AGIR, estando prevista a criação de um Manual de Boas Práticas de uso eficiente da água e da energia ao nível da parcela regada. “Serão identificados fatores críticos de intervenção ao nível da parcela regada e feitas recomendações de melhoria dos sistemas de rega, seja para dimensionamento de sistemas novos ou intervenções em sistemas já instalados», explica Gonçalo Rodrigues, coordenador executivo do Centro Operativo e Tecnológico do Regadio. O projeto AGIR é coordenado pela FENAREG e teve início em 2017, com duração de três anos. Da parte da investigação participam neste Grupo Operacional: LNEC, Universidade de Évora, Instituto Politécnico de Setúbal; Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária; Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio. A FENAREG é uma associação de utilidade pública, sem fins lucrativos, de âmbito nacional, fundada em 2005, que agrupa entidades dedicadas à gestão da água para rega, tanto superficial como subterrânea, com o objetivo de unir esforços e vontades na defesa dos seus legítimos interesses e na promoção do desenvolvimento sustentável e da competitividade do regadio. Atualmente conta com 28 associados que representam mais de 25 mil agricultores regantes e cerca de 135.000 hectares, que significa mais de 90% do regadio organizado, 76% do regadio coletivo público e cerca de 20% do regadio nacional.