Jornal de Negócios O presidente da Associação das Empresas Portuguesas do Sector do Ambiente (AEPSA), Diogo Faria de Oliveira, admite que a reestruturação anunciada pelo Governo para a área da água tem aspectos positivos, mas deixa vários reparos, classificando como uma “acção política” a decisão do ministro Jorge Moreira da Silva de cortar em 67% os lugares de órgãos sociais na Aguas de Portugal (AdP) e em 55% as chefias no grupo. “Na reestruturação da AdP, realçar a redução dos órgãos sociais não é correcto. Aquelas pessoas são necessárias. E uma acção política, mais do que uma reestruturação”, disse Diogo Faria de Oliveira ao Negócios. O presidente da AEPSA sublinha que “os administradores e directores são o talento do grupo AdP”. “Se é para saírem do grupo, não é uma medida necessária. Se é para ficarem e chamar- lhes directores em vez de administradores, é uma medida política”, comentou.O líder da AEPSA critica ainda o facto de a dívida tarifária da água ser integralmente suportada pelas tarifas futuras, em vez de ser repartida com o Estado, a AdP e os municípios.Mas Diogo Faria de Oliveira reconhece também “aspectos positivos” na reestruturação, como o Governo “assumir que existe uma insustentabilidade real e que algo tem de mudar”. O dirigente mostrou-se ainda satisfeito com a fixação de um prazo de 30 anos para as novas concessões, em vez dos 50 anos que chegaram a ser equacionados.