Jornal de Negócios A 68.° Assembleia da Organização Mundial de Saúde criou uma nova resolução sobre a poluição do ar e a saúde, que identifica 13 medidas que os seus estados membros devem implementar. A mais recente Assembleia Mundial de Saúde, que decorreu no mês passado em Paris, estabeleceu a resolução mais importante tomada sobre os efeitos da poluição na saúde humana. O documento reconhece que a poluição do ar é uma das principais causas de doença e morte em termos globais. Actualmente falecem 4,3 milhões de pessoas por ano devido à sua exposição no interior das suas casas, enquanto 3,7 milhões de óbitos ocorrem no exterior, com custos elevados para a sociedade. “E um marco muito importante”, refere Maria Neira, directora para a Saúde Pública, Ambiente e Determinantes Sociais da Saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS), acrescentando que os seus estados membros já se comprometeram a combater, de forma concertada, o maior risco ambiental para a saúde que enfrentamos actualmente. Carlos Dora, coordenador da OMS para a Qualidade do Ar, Políticas Públicas e Saúde no Trabalho liderou as negociações da resolução. Diz que as cidades conseguem reduzir a poluição do ar, incluindo a de poluentes como o carbono negro e ozono, através de uma série de medidas que beneficiam a saúde imediatamente e o clima no curto prazo. “Entre elas incluem-se tecnologias melhoradas de controlo da poluição em veículos a gasolina e a diesel, mas também estratégias de planeamento urbano que privilegiem o transporte sustentável, a energia limpa, edifícios e lares eficientes em termos energéticos e espaços verdes públicos que filtrem os poluentes e ofereçam áreas para a actividade física, tornando as cidades mais saudáveis e habitáveis”, explica. A resolução tomada na última assembleia mundial de saúde identifica 13 medidas que os estados membros devem implementar, incluindo formas de as autoridades de saúde sensibilizarem a consciência das pessoas em relação aos perigos da poluição do ar, desenvolvendo directrizes para limitar a sua exposição e trabalhando com os sectores públicos e privados mais relevantes para encontrar soluções sustentáveis. Apela também à monitorização e investigação das taxas de morbidade e mortalidade devido à poluição do ar e ao reforço da cooperação internacional para se enfrentar os impactos na saúde da poluição do ar, o que inclui a facilitação da transferência de conhecimentos, tecnologias e dados científicos e intercâmbio de boas práticas. Marit Viktoria Pettersen, consultora do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Noruega, país que foi um dos principais patrocinadores da resolução, diz que “os estados membro da OMS, ao adoptarem esta resolução, duplicaram os seus esforços para prevenir os impactos da poluição do ar, através de uma resposta multi-sectorial e da cooperação regional e internacional”. A Organização Mundial de Saúde tem a tarefa, entre outras coisas, de fortalecer, de forma significativa, a sua acção nem relação aos efeitos da poluição do ar na saúde, para maximizar sinergias e evitar duplicações.