As empresas associadas da APIAM (Águas Minerais e de Nascente de Portugal) e da PROBEB (Associação Portuguesa de Bebidas Refrescantes Não Alcoólicas), que incluem marcas como a Luso, Cola-Cola ou Sumol+Compal, estão disponíveis para incorporar PET reciclado nas novas embalagens.
“As empresas estão preparadas para este desafio pois já existem informações e garantias suficientes ao nível da segurança alimentar neste processo”, explica ao Água&Ambiente na Hora, Cristina Costa, Gestora do Projeto Embalagens e Sustentabilidade da Águas Minerais e de Nascente de Portugal e da PROBEB.
Cristina Costa sublinha que o objetivo de circularização do PET é essencial para as empresas, “por questões de imagem e reputação”, mas também porque acreditam que este é “o caminho para a sustentabilidade das embalagens de bebidas”.
Para a concretização deste objetivo é no entanto essencial criar condições que permitam garantir a disponibilidade no mercado de PET reciclado (rPET) para incorporação na produção de novas garrafas, alerta.
“Verifica-se neste momento, a nível mundial, uma grande escassez de PET reciclado para produção de novas garrafas, pois a sua produção obedece a requisitos de qualidade e de segurança alimentar muito apertados. Quer a quantidade, quer a qualidade de material que tem vindo a ser recolhido nos sistema de reciclagem ainda é muito insuficiente”, alerta.
O projeto piloto do sistema de incentivos à devolução de embalagens de bebidas, em plástico, não reutilizáveis, a implementar até ao final do ano, permitirá a recolha de material de elevada qualidade e o seu encaminhamento para reciclagem com os requisitos necessários para a incorporação na produção de novas garrafas de bebidas.
A indústria portuguesa poderá assim avançar no sentido de implementar sistemas “pet to pet” / “bottle to bottle”, como já existem em outros países da União Europeia.
O diploma sobre o projeto piloto, publicado a 3 de julho, prevê uma meta de incorporação de plástico reciclado na produção de novas garrafas de bebidas correspondente a 50 por cento.
Esta meta será calculada dividindo a quantidade de plástico reciclado utilizado na produção de novas garrafas de bebidas pela quantidade total de plástico reciclado no âmbito do sistema de incentivo.
A PROBEB lembra que há várias empresas que têm vindo a integrar este tipo de objetivo na sua estratégia de sustentabilidade, chegando, algumas marcas a referir o objetivo de alcançar 100 por cento de incorporação de reciclado.
Futuramente, com a entrada em funcionamento do sistema de depósito reembolsável, após a fase de projeto piloto que está a ser iniciada, a associação acredita que será possível aumentar os fluxos de material de boa qualidade, compatível com os requisitos para a produção de rPET destinado a novas garrafas.
No entanto, até se estabelecer um equilíbrio neste mercado será exigido aos produtores um esforço adicional, tanto ao nível do preço, como da disponibilidade, com vista a alcançar os compromissos assumidos. “O rPET já é mais caro do que o PET virgem”, concretiza Cristina Costa.
“Neste momento a capacidade de reciclagem de PET em Portugal é limitada e não permite o ciclo completo de preparação de matéria-prima para novas garrafas mas espera-se que com o crescimento do fluxo destes resíduos se venha a reforçar”, antecipa.
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