As 50 maiores ETAR – Estações de Tratamento de Águas Residuais terão de aproveitar 10% a 20% do esgoto tratado para usos secundários como rega ou lavagem de ruas afirmou Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Transição Energética (MATE) em entrevista à TSF. O programa que contempla essa obrigação será apresentado no Dia Mundial da Água, em 22 de Março. Na mesma ocasião o MATE confirmou que a CESE – Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético “vai continuar enquanto existir défice energético, o qual tem vindo a ser reduzido” acrescentando que 95% dessa receita é aplicada nessa finalidade. Também anunciou o fim da redução do imposto petrolífero sobre a produção de eletricidade a partir do carvão para “dentro de três a quatro anos” lembrando que a isenção já só foi de 90% no ano de 2018 e 75% este ano, ou seja, os produtores “já pagam 25% do ISP”. Matos Fernandes reforçou que a aposta do Governo é a produção de energia por via solar e no sobrequipamento das centrais eólicas, “mas não podemos fazer de conta que, por um lado, não necessitamos das barragens para produzir eletricidade e, em segundo lugar, deixar de perceber que elas são hoje não só excelentes reservas de água, como também são excelentes reservas de energia”, disse. O MATE revelou nesta entrevista que vai ser introduzida a obrigação de 50% dos veículos que vierem a ser comprados para o Estado serem necessariamente veículos elétricos. “Nós temos uma meta no Roteiro para a Neutralidade Carbónica (RNC) de chegarmos a 2030 com um terço de todos os carros que existem no país serem elétricos e, na altura, com o elétrico já movido a hidrogénio, portanto sem bateria de lítio” referiu, salientando que os carros afetos aos membros do Governo, terão de ser todos elétricos ou híbridos plug-in. Embora prefira aguardar pela forma definitiva da diretiva europeia relativa ao plástico descartável, o ministro afirmou, nesta entrevista, que “estamos mesmo em condições de antecipar as metas da diretiva, entre seis meses e um ano”, garantindo que “manifestamente existe sensibilidade por parte das pessoas, mas existe também por parte de quem fabrica e muito particularmente das empresas de distribuição”, concluiu.