Sem previsão de qualquer mitigação, a temperatura na região do Mediterrâneo aumentará 2,2ºC em 2040, possivelmente excedendo os 3,8ºC em algumas regiões em 2100. A precipitação de verão reduzirá entre 10 a 30%, dependendo da área. O alerta chegou a Katowice, onde está a ser realizada a COP24, Conferência para as Alterações climáticas, através da UfM – União para o Mediterrâneo, organização que agrega os 28 países da União Europeia e 15 países do sul e este do Mediterrâneo. Segundo a UfM a região do Mediterrâneo “é uma das áreas mais sensíveis às alterações climáticas em todo o mundo” devido, entre outros fatores, à escassez de água, à desertificação, à concentração de atividades económicas e população nas áreas costeiras e à dependência numa agricultura que é sensível ao clima. O aumento da temperatura em 1,5ºC, o limite estabelecido pelo Acordo de Paris, já tem vindo a ser excedido, como relatado no recente documento do IPCC-Intergovernmental Panel on Climate Change -, o “Global Warming of 1.5ºC”. Os principais resultados desta avaliação preliminar revelam que o aumento regional da temperatura será de 2.2°C em 2040, possivelmente superior a 3.8°C em algumas regiões no ano de 2100. O nível do mar subiu cerca de 3mm por ano nas últimas décadas. Existem incertezas importantes em relação à elevação global do nível médio do mar. O intervalo de projeções futuras vai de 52cm a 190cm de aumento até 2100. Por outro lado um estudo regional encomendado pela UpM sobre financiamento público sustentável a nível internacional destaca que a região Sul e Este do Mediterrâneo recebeu, em 2016, um montante anual de cerca de 8,3 mil milhões de dólares o que representa 13% do financiamento mundial para a ação climática. Os principais beneficiários dos fluxos de financiamento na região do Mediterrâneo são atualmente a Turquia (38%), o Egito (22%), Marrocos (12%) e a Jordânia (12%). Os projetos de mitigação compõem a maioria dos fundos obtidos principalmente nas áreas do transporte e geração de energia. Neste campo, Jorge Borrego, responsável pela Energia e Ação Climática na UfM afirma que”com um aumento estimado em 98% da necessidade de energia por parte dos países do Sul do Mediterrâneo em 2040, ações que combatam as alterações climáticas são centrais para a integração e estabilidade desta região.” O alerta fica hoje visível através da apresentação do estudo sobre o financiamento público sustentável internacional, e com a apresentação amanhã da avaliação preliminar sobre o 1º relatório científico dedicado ao impacto das alterações climáticas na zona do Mediterrâneo.