Jornal de Negócios Os eixos correspondem aos objectivos do projecto Ponto Verde Open Innovation e têm uma função orientadora para os projectos concorrentes, que são a criação de valor, a capitalização do potencial de l&D e o desenvolvimento de negócios no Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE). “Os resultados obtidos com a primeira edição do Ponto Verde Open Innovation são muito satisfatórios e foram ao encontro dos objectivos” refere Luís Veiga Martins, que foi director-geral da Sociedade Ponto Verde entre 2005 e 2017, depois de ter passado pelo grupo Portucel Soporcel, actualmente The Navigator Company. Licenciado em Economia pela Universidade Católica Portuguesa, onde fez ainda um MBA com Especialização em Marketing, foi presidente da Pro-Europe entre Abril de 2011 e maio de 2014. Que balanço é que faz da primeira edição tanto em termos da participação como da qualidade dos projectos?Fazemos um balanço muito positivo pela qualidade dos projectos apresentados e o seu contributo para dinamizar a economia circular. No total candidataram-se 45 projectos, dos quais 39 foram considerados elegíveis, tendo sido inscritos por diversas entidades representativas da comunidade académica e empresarial. Destas candidaturas, 29 corresponderam a projectos de Inovação e 10 a projectos de Investigação & Desenvolvimento (I&D). O programa atingiu os objectivos a que se tinha proposto?O Ponto Verde Open Innovation é uma iniciativa que aposta no crescimento sustentável, na promoção de uma economia circular e na produção de conhecimento, factores fundamentais quer para a Sociedade Ponto Verde, enquanto promotor e agregador de inovação, quer transversalmente para os seus parceiros de actividade. Os resultados obtidos são muito satisfatórios e foram ao encontro dos objectivos da Sociedade Ponto Verde, e acredito que dos seus parceiros, enquanto agentes fundamentais na procura, implementação e disseminação da investigação, desenvolvimento e inovação neste sector de actividade fundamental para o desempenho nacional em termos de políticas públicas de ambiente, economia circular e desenvolvimento. Depois da experiência da primeira edição quais são as principais alterações para a segunda edição?De uma maneira geral são seguidas as fases anteriores. A grande novidade desta edição é a aposta em dois eixos estratégicos: crescimento sustentável e promoção da economia circular.Ao nível do crescimento sustentável pretende-se contribuir para a transição para uma economia de baixo carbono através da utilização racional dos recursos, incentivando a recolha selectiva, a separação de resíduos e a reciclagem e, ao mesmo tempo, melhorando a eficiência energética e produtiva. Este eixo visa orientar uma melhoria de processos no âmbito do funcionamento do circuito de gestão de resíduos de embalagens, nomeadamente ao nível dos processos de ecodesign, da produção e de valorização de resíduos.No caso da promoção da economia circular, pretende-se fomentar uma economia assente nos princípios de circularidade, garantindo a produção e a valorização de resíduos de modo a desenvolver novas aplicações dos materiais reciclados e fomentar a sua reincorporação nas cadeias de valor e na valorização dos materiais actualmente enviados para eliminação. Para a segunda edição seleccionaram dois eixos temáticos. Por que é tomaram esta opção e quais são os objectivos?A criação destes dois eixos tem uma função orientadora dos projectos a submeter, indo ao encontro dos objectivos do Ponto Verde Open Innovation: a criação de valor, bem como a capitalização do potencial de I&D e o desenvolvimento de negócios na área da economia circular no Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE). Já existe em Portugal um ecossistema de inovação e design em termos de economia circular?A Economia Circular é uma das prioridades a nível europeu e nacional, pelo que é importante um trabalho conjunto na promoção dos seus benefícios e oportunidades. Não podemos esquecer que, em 2050, estima-se que se possa consumir 186 mil milhões de toneladas de recursos para sustentar uma economia global com 9 mil milhões de pessoas. Consumimos mais recursos do que o planeta consegue produzir.