Ambiente Magazine A maioria dos planos climáticos nacionais com uma componente de adaptação que resultaram do Acordo de Paris dão prioridade a medidas sobre água, mas o financiamento terá de triplicar para 255 biliões de euros por ano para esses alvos serem atingidos. Esta é a principal mensagem da comunidade internacional de água esta sexta-feira resultante da sua ação durante a Conferência Climática da ONU (COP23). “O uso sustentável da água para objetivos múltiplos deve permanecer uma estilo de vida e necessita de estar no centro da construçãod e cidades resilientes e aglomerados urbanos e garantir a segurança alimentar num contexto de alterações climáticas”, refere Mariet Verhoef-Cohen, presidente da Parceria das Mulheres para a Água. A comunidade internacional da água subscreveu a chamada “declaração de solução baseada na natureza” na abertura do Dia da Ação da Água para incentivar o uso de sistemas naturais na gestão de abastecimentos de água saudáveis. A água tende a ser uma questão local mas as consequências da sua má gestão têm um impacto global. Cerca de 40% da população mundial enfrentará falta de água até 2050, acelerando a migração e aumentando os conflitos, enquanto algumas regiões poderão perder até 6% do seu resultado económico, a não ser que seja melhor gerida. Os obstáculos no acesso ao financiamento para cumprir os requisitos de investimento das alterações climáticas no setor da água dificulta a possibilidade de se atingir a Meta 6 do Desenvolvimento Sustentável da ONU (garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água e saneamento para todos), bem como coloca em risco a meta do Acordo de Paris de manter a subida média da temperatura global abaixo dos 2 graus Celsius e o mais possível para 1,5. “Envolvendo homens e mulheres na tomada de decisões e em iniciativas integradas de recursos de água leva a uma melhor sustentabilidade, governação e eficiência”, refere Mariet Verhoef-Cohen. A comunidade internacional da água abrange várias redes, incluindo #ClimateIsWater, Alliance for Global Water Adaptation (AGWA) e Global Alliances for Water and Climate (GAfWaC). A comunidade sublinhou a importância de desenvolver uma maior cooperação dentro da comunidade climática, bem como nas comunidades de energia, agricultura, urbana, saúde e oceanos. Os especialistas da comunidade da água afirmam que os países devem transformar os seus compromissos em medidas ambiciosas, sobretudo melhorando os esforços anunciados nos seus planos climáticos nacionais. A água deve emergir como uma prioridade maior nas políticas nacionais e ser integrada dentro de outros grandes setores como a energia, segurança alimentar, saúde e educação.