Ambiente Magazine Esta foi uma das mensagens que o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, passou por ocasião da conferência “Gestão Eficiente de Recursos no Contexto da Economia Circular”, organizada pelos Green Project Awards, em parceria com a COTEC Portugal. O governante explicou que é fundamental sensibilizar e formar a opinião pública sobre o que é a Economia Circular. Aquilo que, até há pouco tempo eram questões de políticas ambientais como os problemas de poluição, água segura, demarcação de espaços protegidos, ao que chama “infraestruturas de reação” têm hoje uma nova dimensão, passando a ser “políticas ativas, que têm como objetivo a criação de emprego, de riqueza e de bem-estar, que não se podem sustentar nas matérias-primas”. O ministro salientou ainda, na sua intervenção, que “um consumidor médio, numa sociedade ocidental, adquire uma tonelada de materiais por ano (80% acaba em incineradoras, aterros ou a ser tratados com água residual). Em média, cada europeu utiliza uma vez os materiais que adquire e só recapturamos uma vigésima parte do valor original”. Outros exemplos desta usabilidade são “o automóvel que passa 90% do seu tempo parado o espaço dos escritórios que chegam a estar vazios 12 horas/ dia ou os eletrodomésticos que usamos apenas uma vez em casa, são recursos que estão ao nosso dispor e não utilizamos, num mundo em que vivemos na escassez desses mesmos recursos.” Nesse sentido, em vez de uso eficiente de recursos, devemos falar em uso inteligente dos recursos. Isto é a Economia Circular “conceber produtos/serviços, utilização do seu valor económico e funcional mais elevado, pelo máximo de tempo possível, modelos de negócios na gestão de resíduos e poluição do sistema natural”. Apesar da sociedade desejar a mudança, efetuá-la implica agitar as rotinas e hábitos instalados. Esta mudança de comportamento só pode acontecer através dos atos de cada cidadão e da consciência e envolvimento de todos, para a construção de uma nova realidade. “É necessário reinventar a nossa economia, para uma economia que não seja de escassez, mas sim, de abundância uma Economia Circular”, frisou João Matos Fernandes. Jorge Portugal, diretor-geral da COTEC, iniciou a conferência alertando para a forma insustentável como funcionamos atualmente. Exemplo disso, são os “riscos na utilização dos recursos finitos do planeta, dos riscos que as empresas correm em continuarem prisioneiras dos modelos de extração destes recursos e, ainda, para os consumidores que mantêm expectativas de conforto e comodidade da vida moderna e dos bens que o proporcionam.” Realça ainda que as políticas de reciclagem e de valorização de recursos não podem existir se não houver capacidade de introduzir conceitos de circularidade, de aproveitamento de materiais alternativos e de valorização dos ativos que já estão no sistema. Por último, Jorge Portugal relembra que a Economia Circular tem bastantes desafios e que a transição não será fácil, sendo assim necessária “a sensibilização de toda a população e a divulgação do tema da política pública”, concluindo com a saudação ao Plano Circular para a Economia Portuguesa acreditando que é um estímulo à inovação e à transformação tecnológica das empresas. Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, referiu “o esforço e o empenho que a Invicta tem vindo a desenvolver, através da participação em iniciativas sustentáveis seguindo a Agenda do Ambiente, no contexto da Economia Circular é um trabalho continuo, executado internamente com os vários stakeholders e em perspetiva com as politicas nacionais e as oportunidades europeias”. Atualmente o Porto, em parceria com a Lipor, está a implementar o Roadmap para a Economia Circular, alinhado com as estratégias a longo prazo com o Ministério do Ambiente. Neste contexto, a Câmara Municipal já delineou o seu próprio mapa de metabolismo e práticas circulares, elegíveis para a Economia Circular. Filipe Araújo realça que as “Cidades têm um papel fundamental na transformação e na concretização de políticas e, nessa perspetiva, o Porto tem uma participação ativa nos diferentes fóruns europeus, participando ativamente na definição dos pacotes legislativos, produzidos pela União Europeia e influenciando as ativida