Correio da Manhã Mais dióxido de carbono, metano e óxido nitroso lançados para o meio ambiente . Barragens com pouca água obrigam a aumentar produção a partir de combustíveis fósseis O potencial de aquecimento global aumentou 6,8% no País, em 2015, cinco vezes mais do que o crescimento da atividade económica, que foi de 1,2%, revelou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE). O crescimento resultou do aumento das emissões de dióxido de carbono (mais 8,5%), metano (mais 1,1%) e óxido nitroso (mais 0,2%).Segundo os Indicadores Económico-ambientais – Contas das Emissões Atmosféricas, além da subida do potencial de aquecimento global, também o potencial de acidificação e o de formação de ozono troposférico (que se forma mais perto da superfície terrestre) aumentaram devido ao crescimento das emissões da maior parte dos gases. O INE justifica o aumento dos indicadores devido à redução da produção de energia renovável, nomeadamente a energia hídrica – foi o sexto anomais seco desde 1931, o que deixou as barragens com pouca água, obrigando a aumentar a produção a partir de combustíveis fósseis.O relatório do INE revela que os agentes económicos que mais contribuíram para o Potencial de Aquecimento Global foram os ramos da energia, água e saneamento (31,1%), indústria (26,6%), agricultura, silvicultura e pescas (13,5%) e as famílias (12,4%). No contexto da União Europeia, Portugal ocupava em 2014 o quarto lugar mais baixo: a média da UE 28 foi de 8,7 toneladas equivalentes de dióxido de carbono per capita, enquanto Portugal registou 6,3 toneladas per capita.