Água&Ambiente na Hora A Câmara Municipal de Lisboa vai implementar a recolha de resíduos orgânicos no setor doméstico a partir de 2019. O projeto ainda está a ser afinado, de acordo com a informação de Inês Cristóvão, do departamento de higiene urbana da Câmara Municipal de Lisboa, ao Água&Ambiente na Hora, mas cerca de 6700 fogos serão abrangidos. Atualmente os serviços da Câmara Municipal de Lisboa asseguram a recolha deste tipo de resíduos de todo o setor não doméstico, o que inclui todos os grandes produtores de resíduos orgânicos – restauração e hotelaria. “O passo mais difícil é o setor doméstico por isso vamos começar em espaços mais fáceis, como Alto do Lumiar e Telheiras, porque são zonas mais recentes da cidade. Muitas habitações têm casas do lixo, onde à partida deverá ser mais fácil colocar o quarto contentor”, afirma Inês Cristóvão. A responsável enfatiza que o espaço disponível para a localização do contentor de tampa castanha é um dos problemas mais relevantes na definição do projeto. Outro problema, mais ainda não resolvido, passa pela definição da periodicidade da recolha deste tipo de resíduos, face às recolhas dos outros fluxos. “Começámos por ter recolha de indiferenciados seis vezes por semana, mas com a recolha seletiva implementada desde 2003, passámos a recolha de indiferenciado para três vezes por semana e temos muitas reclamações. As pessoas acham pouco por causa dos cheiros. Com mais um contentor teremos de reduzir a recolha de indiferenciados porque não queremos aumentar circuitos, mas substituí-los”, observa. “Idealmente, se todos reciclassem bem, poderíamos fazer duas recolhas de orgânicos e um de indiferenciados por semana. Não temos essa questão fechada”, remata. Além dos contentores colocados nos edifícios ainda está a ser equacionada a possibilidade de virem a ser colocados contentores individuais em cada um dos fogos ou distribuídos sacos. Também está a ser ponderada a existência de incentivos para as famílias abrangidas pelo projeto. A questão dos sacos de plástico é outro problema porque “a tendência deverá ser as pessoas colocarem os sacos nos contentores e isso cria mais um resíduo que pode colocar problemas na digestão anaeróbia”, aponta. O orçamento do projeto ainda não está fechado. A experiência de Loures, que iniciou este tipo de recolha primeiro na Portela e mais recentemente em Santo António dos Cavaleiros, está a ser partilhada com os responsáveis do projeto de Lisboa.?