Dinheiro Digital O impacto económico direto das atividades de gestão de resíduos urbanos foi de 357 milhões de euros em 2012, com mais de metade a concentrar-se na recolha indiferenciada, concluiu um estudo hoje apresentado. O trabalho de investigação “Contributos da Gestão de Resíduos Urbanos para o Desenvolvimento Socioeconómico e Ambiental de Portugal”, pedido pela Sociedade Ponto Verde (SPV), refere que “o impacto económico direto (VAB) de todas as atividades de gestão de resíduos urbanos em 2012, que incluem os sistemas em alta e em baixa, foi de 357 milhões de euros, sendo que estes impactos se concentraram na recolha indiferenciada de resíduos (55%)”. “Conclui-se que a gestão de resíduos urbanos contribui para a economia verde, dado que a melhoria do desempenho ambiental que possibilita se encontra conjugada com o crescimento da riqueza e do emprego, o que é largamente amplificado em 2020, com a implementação do PERSU 2020″(Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos), resume o estudo. O circuito de reciclagem multimaterial, onde se incluem os processos de recolha seletiva e triagem e a atividade da SPV, representa cerca de 77 milhões, ou 22% dos impactos diretos da gestão de lixo urbano. Os impactos indiretos, que revelam o acréscimo de atividade económica nos setores fornecedores das entidades de gestão de resíduos urbanos, “estão estimados em 114 milhões de euros”, salienta o estudo realizado pelo Instituto Superior Técnico e pela 3Drivers. Estes impactos verificam-se principalmente nos setores de construção de edifícios, instalação e reparação de equipamentos e serviços especializados. O efeito multiplicador na economia, avaliado em VAB, foi de 1,32, ou seja, por cada euro de VAB no setor de gestão de resíduos urbanos são gerados mais 0,32 euros de VAB, aponta o estudo, reconhecendo que este valor “é inferior àquele que foi estimado para o SIGRE [Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens] isoladamente (2,25)”. De acordo com a proposta do PERSU 2020, o setor de gestão de lixo deverá evoluir no sentido de aumentar as taxas de recolha seletiva e de desviar resíduos de aterro com recurso a tecnologias de valorização material, nomeadamente tratamento mecânico e tratamento mecânico-biológico. Neste cenário, “os impactos económicos crescem significativamente”, realça a análise, acrescentando que, relativamente ao VAB, o impacto económico direto global das atividades de gestão de resíduos aumentará 26%, para 451 milhões de euros, enquanto que o aumento do impacto indireto é estimado em 55%. Dinheiro Digital com Lusa