Água & Ambiente O Instituto Superior Técnico (IST) desenvolveu um estudo tendo em vista obter funções de custo para os diferentes componentes do ciclo urbano da água (incluindo reservatórios, estações elevatórias, sistemas de tratamento e tubagens), tendo em conta diferentes características físicas (volume, diâmetro nominal e material) e hidráulicas (caudal, potência hidráulica de escoamento e altura de elevação) das infraestruturas. Este trabalho – que partiu da análise de contratos de empreitadas com valor superior a 50 mil euros e sujeitos a concurso público, realizados entre 2002 e 2014, abrangendo todas as regiões do país, numa amostra de dados representativa da realidade nacional – está agora a ser atualizado para o ano em curso.O estudo pretende constituir um contributo não só para estimar os custos de construção de obras novas, como também para avaliar o valor atual das infraestruturas existentes, como refere a apresentação enviada ao Água&Ambiente pela coordenadora do estudo, Dídia Covas. No entanto, tendo em conta a amostra utilizada, as funções de custo devem ser usadas “com parcimónia” em obras de pequena dimensão e para contratação por adjudicação direta (com valor inferior a 150 mil €). Por outro lado, alerta-se ainda, o estudo não contempla custos de conceção e projeto, de gestão do processo, de fiscalização, de expropriação ou de aquisição de terrenos, “cujo valor varia com o tipo de componente e com a complexidade, dimensão e tecnologia utilizada”. De fora ficaram ainda custos de manutenção ou de trabalhos especiais. É preciso ainda ter em conta que o valor da obra, a localização da empreitada e a própria conjuntura do paíspodem igualmente contribuir para desvios nos custos de construção. No que respeita ao tratamento de águas residuais, é possível consultar custos unitários para diversas tipologias de ETAR,Estudo parte da análise de contratos de empreitada realizados entre 2002 e 2014incluindo ETAR compactas, ETAR de lamas ativadas em arejamento convencional, ETAR de leito de macrófitas, ETAR de leitos percoladores, ETAR de lamas ativadas em arejamento prolongado (LAAP) simples, ETAR de LAAP com desinfeção e ETAR de LAAP com remoção de nutrientes. O estudo alerta, no entanto, que a gama de aplicabilidade, em termos de dimensão, de cada uma das tipologias de tratamentoé variável e a distribuição de custos “só pode ser comparada dentro da gama de dimensão comum a todas elas”. Estão igualmente disponíveis funções de custo para quatro tipos de estações elevatórias (EE), classificadas em função de critérios como a sua tipologia, número de grupos e grupo eletrobomba; assim como informação sobre o custo das redes de drenagem (incluindo os coletores domésticos e pluviais e ramais) e infraestruturas de transporte (incluindo as condutas elevatórias e emissários gravíticos) em função do diâmetro nominal das mesmas e tendo em conta o material de tubagem. Financiado pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, este estudo está disponível para download a pedido.J.F.