correiodosacoes A funcionar desde o início do ano, a Central de Valorização Energética de Resíduos da Ilha Terceira foi inaugurada, esta semana, e, segundo o Presidente da Teramb, chega a produzir cerca de 15% da energia consumida na ilha Terceira. “Estamos com uma potência de 2 megawatts, o que quer dizer que num dia são cerca de 48 a 50 megawatts colocados na rede da ilha Terceira, o que representa nalgumas situações 15% da energia distribuída na ilha”, frisou, em declarações aos jornalistas, Álamo Meneses, Presidente da autarquia de Angra do Heroísmo e do Conselho de Administração da Empresa Municipal de Gestão e Valorização Ambiental da Ilha Terceira (Teramb).Com uma capacidade anual para processar 40 mil toneladas, a incineradora teve um custo de cerca de 36 milhões de euros e foi comparticipada a 100% por fundos comunitários, uma vez que no final de 2015 foi autorizado um reforço de 17 milhões de euros do Fundo de Coesão para os Açores, que permitiu financiar os 5 milhões de euros do encargo que deveria ser suportado pelas duas autarquias da ilha Terceira.Segundo Álamo Meneses, a incineradora está a funcionar “há alguns meses sem problemas” e, embora ainda existam alguns aspetos a afinar, está a produzir “acima do valor esperado”.”Há aqui questões que têm a ver com a operação de extração de resíduos das bolsas, que é um trabalho complexo e difícil e há questões de desenvolvimento tecnológico em torno disso que ainda não estão perfeitamente afinados e depois temos um novo desafio que é o tratamento dos resíduos animais, que têm de ser pré-tratados antes de colocados na incineradora”, salientou.Em Janeiro deste ano, a associação ambientalista Quercus apresentou uma queixa junto do Parlamento e do Provedor Europeu contra a Comissão Europeia por falta de resposta a várias queixas apresentadas contra o Estado Português relativas à construção das incineradoras da Terceira e de São Miguel, apresentadas desde 2014.Também o Bloco de Esquerda na ilha Terceira se tem manifestado contra a construção da infraestrutura, alegando que está “sobredimensionada” para a quantidade de resíduos produzidos na Região e colocando em causa o cumprimento da meta da reciclagem até 2020. No entanto, para o autarca de Angra do Heroísmo não há motivo para contestar uma infraestrutura, que vai permitir limpar as bolsas do aterro.”Creio que todos aqueles que são consequentes do ponto de vista conhecimento ambiental percebem que esta é a solução. Contestado devia ser o que está do outro lado do caminho, que é um aterro que está a derramar lixiviados para as águas subterrâneas e que está a enviar para a atmosfera imensas quantidades de gases com efeitos de estufa que causam grandes problemas ambientais”, salientou.Segundo Álamo Meneses a solução encontrada é “adequada”, bem como a “tecnologia” escolhida. “Nada é perfeito na vida, mas quando alguém aparecer com uma melhor solução que se apresente que nós estamos interessadíssimos em conhecê-la”, rematou.Lixo pode render 1ME/ano em energiaDe acordo com o Presidente da Teramb, a incineradora vai permitir resolver “questões de grande gravidade”, provocadas pelas bolsas de aterro, que emitem gases com efeito de estufa danosas para a qualidade do ambiente.”O metano libertado pelas bolsas tem um efeito de estufa que é cerca de oito vezes superior a igual quantidade de dióxido de carbono que libertamos aqui”, alertou.As bolsas podem ainda, segundo o autarca, libertar lixiviados para o solo, que se podem infiltrar nas águas subterrâneas e introduzir materiais perigosos no “melhor aquífero da ilha”. “Esse é um problema que só tem uma solução, que é minar as bolsas, retirar os resíduos que lá estão e tratá-los aqui”, frisou. Álamo Meneses rejeitou ainda que a incineradora coloque em causa as metas de reciclagem, uma vez que a produção de energia é encarada como um “subproduto” e o principal objetivo é tratar resíduos que não possam ser reciclados. Até porque, disse o autarca, ao tratar embalagens de metal ou plástico na incineradora, a Teramb está a perder dinheiro. Uma tonelada de embalagens plásticas pode rendem 200 euros de retoma, se for enviada para recicl