Ambiente Online Administrador da AVE foi um dos oradores do 10º Fórum Nacional de Resíduos O administrador da AVE – Gestão Ambiental e Valorização Energética, Luís Realista, defende que é possível aumentar o índice de qualidade dos CDR (Combustível Derivado de Resíduos), reduzindo a humidade do produto sem grandes custos. “Onde se pratica a digestão anaeróbia e se queima biogás o recurso térmico disponibilizado tem condições para ser recuperado e, de uma forma económica, fazer a desidratação desses mesmos CDR”, exemplificou esta manhã em declarações ao Ambiente Online , durante o 10º Fórum Nacional de Resíduos. Luís Realista lembra que o PO SEUR (Programa Operacional para a Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos) prevê apoios no sentido de reduzir 20 por cento de humidade. “Enquanto os CDR não tiverem condições em Portugal de qualidade haverá dificuldade em consumi-los, mas já há alguns bons exemplos, como a ERSUC. A solução neste caso é feita pela própria indústria consumidora. Mas outros exemplos existem com tecnologias comprovadas que dentro de pouco tempo irão produzir CRD com humidades reduzidas e aptos para consumo com sustentabilidade”. Luís Realista acredita que entre 2017 e 2018 alguns investimentos poderão estar concretizados. O administrador da AVE lembra que as próprias entidades gestoras beneficiam ao nível da componente da reciclagem ao colocarem na indústria cimenteira os CDR. “A fracção mineral, não combustível, é incorporada no próprio cimento e está reconhecida na Fiscalidade Verde como fracção de componente reciclável. Os resíduos não recicláveis têm por isso no final da vida a possibilidade, ao introduzir-se essas fracções no co-processamento, de ver depois reconhecida a valorização material”, esclarece. O 10º Fórum Nacional de Resíduos, organizado pelo jornal Água&Ambiente, arrancou ontem, 19 de Abril, e decorreu durante esta quarta-feira, 20 de Abril, no Sana Malhoa Hotel, em Lisboa.