Ambiente Online 171 países apresentaram compromissos nacionais para redução de emissões O mundo está de olhos postos em Paris, onde começou hoje oficialmente a 21ª Conferência das Partes (COP21) da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que decorrerá até 11 de Dezembro, e de onde sairá um acordo que será o sucessor do protocolo de Quioto. O objectivo é conseguir um entendimento entre os países de forma a reduzir as emissões garantindo que o aumento da temperatura global se mantém entre os 1,5 e os 2 graus em relação a 1990. Ontem, antes da abertura oficial do encontro, cidadãos de todo o mundo saíram à rua em manifestações, incluindo em Portugal, exigindo mais ambição por parte dos governantes. Os delegados das partes reuniram-se também ontem num primeiro encontro. Os compromissos nacionais para a redução de emissões, que até agora foram apresentados por 171 países à Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, são “insuficientes para manter o aumento de temperatura global abaixo dos 2º Celsius acordados em Copenhaga”, sublinha em comunicado a Quercus que vai acompanhar a cimeira em Paris. Os Estados Unidos da América assumiram o compromisso de reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa entre 26 e 28 por cento até 2025 tendo como referência o ano de 2005. A China assumiu que o seu pico de emissões seria alcançado em 2030 e a União Europeia assumiu um compromisso de redução de 40 por cento das emissões de Gases com Efeitos de Estufa em 2030 em relação a 1990. Estes compromissos conduzirão o mundo a um aumento da temperatura média global de pelo menos 2,7 graus. “Nesse mundo a realidade diária será pautada por cheias e secas mais frequentes, escassez de água e de alimentos, aumento do número de refugiados e conflitos, bem como danos irreversíveis para os ecossistemas, as economias e as comunidades humanas”, salienta a associação ambientalista portuguesa. A expectativa é de que em Paris seja assumido um acordo com períodos de compromisso de cinco anos, para que possam ser revistos sempre que se cumpra esse intervalo de tempo, e que a longo prazo seja perspectivada a “eliminação total das emissões dos combustíveis fósseis e a introdução progressiva de 100 por cento de energia renovável, o mais tardar em 2050”.