Ambiente Online Presidente da AEPSA vai ser um dos oradores da 10ª Expo Conferência da Água 14.10.2015 O presidente da Associação das Empresas Portuguesas para o Sector do Ambiente (AEPSA), Francisco Mariz Machado, receia que a agregação dos sistemas multimunicipais, no âmbito da designada reforma da água, pode diminuir as oportunidades de participação das empresas privadas no sector da água. “O número de clientes baixou drasticamente e continuamos a ver o mercado com muito pouca dinâmica. Há algum receio que a junção de 19 empresas em apenas cinco possa levar a alguma tendência de redução de mercado para o sector privado. Não há novos investimentos e continuamos a ver um foco excessivo no preço nos valores de contratação”, analisa o administrador delegado da Sisaqua. Francisco Mariz Machado vai ser um dos oradores da 10ª Expo Conferência da Água, que decorre a 11 e 12 de Novembro, no Sana Malhoa Hotel, em Lisboa. O responsável vai integrar uma mesa redonda que analisará os impactos da agregação dos sistemas multimunicipais. No ano em que a Expo Conferência da Água assinala 10 anos Francisco Mariz Machado partilha um desejo para os 10 anos seguintes. “Gostava muito de que nos próximos 10 anos houvesse mais partilha de mercado entre sector público e sector privado com vantagens para ambos e correspondente criação de valor. O privado tem feito pouco trabalho face àquilo que seria desejável para que o sector público faça ainda melhor”, propõe. Francisco Mariz Machado lembra que o sector privado vive em constante “ambiente competitivo”, o que o obriga a inovar constantemente. O foco no preço é uma constante, o que nem sempre pode ser um bom indicador, segundo o presidente da AEPSA. “Se com preços mais baixos acabamos por comprar soluções que a médio prazo acabam por ficar mais caras e mais difíceis de gerir não é necessariamente uma má medida comprar por um preço mais alto e ter a certeza que com esse investimento inicial se conseguem soluções mais eficientes a longo prazo”, sugere. O presidente da AEPSA salienta que nos últimos 10 anos houve um enorme investimento em infra-estruturas, o que criou muito conhecimento nas empresas que actuaram nesse mercado e que constitui um cartão-de-visita em qualquer fórum internacional. Lamenta no entanto que as empresas portuguesas não se tenham conseguido apropriar desse conhecimento para criar capacidade nacional suficientemente robusta e forte para competir internacionalmente. “É necessário haver um mercado para as empresas portuguesas em Portugal para que a internacionalização se possa fazer”, conclui. Ana Santiago