Ambiente Online Plano Geral de Drenagem foi apresentado esta segunda-feira Dois canais subterrâneos vão atravessar Lisboa para desviar águas pluviais evitando as cheias que têm assolado a cidade sempre que chove com abundância. A Câmara Municipal de Lisboa apresentou hoje, nos Paços do Concelho, o Plano Geral de Drenagem 2016-2030 que prevê, entre outras medidas, a construção do túnel Monsanto Santa Marta Santa Apolónia e ainda do túnel Chelas Beato. “Este é o projecto mais importante e mais estruturante das últimas décadas para o futuro da cidade de Lisboa”, sublinhou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina. O TÚNEL MONSANTO SANTA MARTA SANTA APOLÓNIA A construção do Túnel de Monsanto Santa Marta Santa Apolónia é a solução para a bacia de Alcântara. O túnel, que terá cinco metros de diâmetro e cerca de cinco quilómetros de extensão, vai desviar os caudais pluviais do caneiro de Alcântara, assim como interceptar e desviar os caudais das bacias das avenidas da Liberdade, Duque de Loulé e Almirante Reis evitando as inundações na zona da Baixa Pombalina. O início deste túnel será junto à estação de Campolide. Para a construção do túnel prevê-se recorrer a uma tuneladora com cinco metros de diâmetro, o que permite a realização da obra sem quaisquer condicionalismos à superfície. Serão construídos câmaras ou poços especiais na Avenida da Liberdade e na Rua de Santa Marta que em tempo húmido desviarão os caudais através desse túnel para o Rio Tejo com descarga na zona de Santa Apolónia. Os caudais de tempo seco seguirão para jusante pelo sistema de drenagem existente para tratamento na ETAR de Alcântara. Na Avenida Almirante Reis preconiza-se que o túnel passe sob a linha do metro, sendo o seu término junto do Museu Militar, prevendo-se um troço final até ao rio Tejo executado em vala aberta. O TÚNEL CHELAS – BEATO Devido a problemas no sistema em Chelas, sobretudo na estrada de Chelas e na Rua Gualdim Pais, propõe-se como solução a construção do túnel Chelas Beato com extensão de um quilómetro. Terá início junto ao cruzamento da estrada de Chelas com a calçada da Picheleira e término na Rua dos Amigos de Lisboa junto à Rua do Açúcar. A partir daí a execução da infraestrutura será feita em vala aberta até à descarga final no Rio Tejo. Esta solução tem “mais vantagens do que a construção de um reservatório enterrado de grandes dimensões”, segundo a autarquia. Para responder às inundações no cruzamento da Avenida de Berlim com a Avenida Infante D. Henrique será construído um colector de reforço com diâmetro do dois metros e meio ao longo da Avenida Recíproca e Avenida do Índico até ao Rio Tejo. O Plano Geral de Drenagem de Lisboa prevê um investimento total de cerca de 170 milhões de euros, dos quais 100 milhões serão destinados aos primeiros cinco anos. O documento vai ser levado à próxima reunião do executivo marcada para a próxima quarta-feira, 15 de Julho, e ficará em consulta pública até final de Setembro. As obras nos túneis deverão ser iniciadas em meados de 2016 com a conclusão prevista até 2019.