Ambiente Magazine A fechar o ano de 2014, fomos à sede da Associação de Empresas Portuguesas do Sector do Ambiente (AEPSA), a propósito dos seus 20 anos de existência, que coincidiram com um ano decisivo para as políticas nesta área, com a apresentação de reestruturações para o sector da água e dos resíduos e com a apresentação do Compromisso para o Crescimento Verde, documentos que vão ditar a mudança dos próximos anos no sector do ambiente.Motivos mais do que suficientes para falarmos com Diogo Faria de Oliveira, Presidente da AEPSA, para falar de 20 anos de mudança, ainda que não milagrosos, de desafios actuais e de mudanças inerentes à actividade, num futuro que, segundo acredita, terá uma agenda política a nível mundial marcada pelo Ambiente. Em 2015, o foco da acção da AEPSA estará, de acordo com o presidente, focado numa agenda que foi criada, mas que ainda não foi implementada, no sector das águas. “O PENSAAR 2020 ainda está em aprovação, os regulamentos tarifários do sector das águas ainda nem começaram a ser discutidos, o POSEUR ainda não tem regras de atribuição de fundos, as fusões dos sistemas multimunicipais ainda não estão feitas, portanto a atenção da AEPSA no sector das águas vai ser enorme. Vamos ser muito detalhados nas análises que vamos fazer em todo o processo, porque esta reforma ditará o futuro do sector”, afirmou, aquando desta entrevista. Mas não é só neste sector que a atenção da associação estará focada, já que também são várias as preocupações relativamente à área dos resíduos. “Ainda estamos a querer que o Governo reveja melhor a atribuição de incentivos ao abate de veículos em fim de vida [uma medida que havia sido suspensa e que foi agora novamente recuperada], é um passo importante, mas é muito limitador e poderia ir um bocadinho mais longe, beneficiando também o abate de carros muitos poluentes, na aquisição de carros menos poluentes, e não só necessariamente optar pelos carros eléctricos e híbridos plug-in”. A alteração da Taxa de Gestão de Resíduos (TGR) também vai ser um ponto merecedor de atenção, segundo Diogo Faria de Oliveira, assim como a discussão rigorosa ao nível da gestão das lamas, desde a sua produção ao seu destino final. “A área dos plásticos vai também absorver a nossa atenção, estamos neste momento a fazer contactos e a ganhar massa crítica para poder participar com mais profundidade no debate”, referiu. “Diria que a atenção para aquilo que são as tendências mundiais vão obrigar a AEPSA a estar muito atenta, de forma a dotar as empresas do conhecimento antecipado dessas mudanças, para que estas se possam adaptar de maneira a ter sucesso”, concluiu. (Leia a entrevista na integra e em discurso directo na edição nº67 da Ambiente Magazine)