I Online O ministro do Ambiente recusou-se hoje a parar a reforma da política da água, que prevê a convergência tarifária entre o interior e o litoral, criticando os que defendem a coesão territorial, mas querem adiá-la. O ministro do Ambiente recusou-se hoje a parar a reforma da política da água, que prevê a convergência tarifária entre o interior e o litoral, criticando os que defendem a coesão territorial, mas querem adiá-la. “Todos defendem a coesão territorial, mas quando chega a hora de a promover existe sempre quem utilize bons argumentos para achar que este não é o momento, esta não é a opção”, afirmou Jorge Moreira da Silva. Em declarações à Lusa, à margem da inauguração da nova estação de tratamento de águas residuais (ETAR) em Paço de Sousa, Penafiel, o ministro insistiu: “Neste contexto, os verbos adiar, hesitar e transigir não se podem conjugar, numa altura em que é necessário avançar para uma reforma que supere problemas estruturais”. Segundo Jorge Moreira da Silva, “não se pode equacionar o adiamento”, sublinhando que se trata de “uma matéria discutida há 20 anos”. “É altura assegurar a sustentabilidade económica e financeira deste sector”, observou. À Lusa, o membro do Governo recusou-se a comentar o anúncio de hoje do presidente da Câmara de Paredes, Celso Ferreira, de que o seu município admite recorrer aos tribunais para travar a agregação dos atuais sistemas multimunicipais, do grupo Águas de Portugal, com a prevista subida das tarifas de água e saneamento nos concelhos do litoral. No entanto, o ministro recordou que “a reforma envolve agregações entre interior e litoral e uma reorganização interna do grupo Águas de Portugal para permitir uma redução muito significativa dos custos e que prossegue objectivos de eficiência, sustentabilidade e coesão”. O governante disse estar prevista, no grupo Águas de Portugal, a redução em dois terços os órgãos sociais e a eliminação de 55% dos lugares de chefia. Até 2025, disse, vão ser cortados 62 milhões de euros por ano nos custos operacionais, permitindo que as tarifas globais médias nacionais baixem 10% em relação ao que estava previsto. “O que está a ser pedido aos cidadãos do litoral é um aumento médio de 30 cêntimos na factura durante cinco anos, que ao fim desse período representa 1,5 euros. Mas isso pode dar origem a uma descida imediata nas tarifas no interior de três euros”, explicou.