Ambiente Online O , considera que medida que prevê a isenção do pagamento do IUC (Imposto Único de Circulação) por parte dos veículos abandonados, que consta da proposta do Orçamento de Estado, “só pode ter sido um lapso”. “Esta medida vem desresponsabilizar os cidadãos que abandonam um resíduo perigoso na rua na mesma altura em que o Estado aplica coimas leoninas ao operadores de gestão de resíduos. É um contra-senso”, critica. Ricardo Furtado alerta ainda que a “desresponsabilização elimina o efeito dissuasor que existe actualmente”, o que irá fazer disparar o abandono de veículos na via pública com o correspondente aumento de custos na sua gestão por parte das autarquias. “Haverá um aumento dos focos de poluição e marginalidade a que já não estávamos habituados a ter nas nossas cidades”, avisa. Já o programa de incentivo ao abate de veículos, cujo retorno está previsto na lei da reforma da Fiscalidade Verde, é saudado pelo responsável. “Não temos o programa de incentivo desde 2010 e é muito importante para os operadores de gestão de resíduos”, elogia fazendo no entanto alguns reparos. “O Governo não foi tão longe como poderia ter ido. A comissão para a reforma da Fiscalidade Verde previa também um alargamento deste incentivo para veículos que emitem menos de 100 gramas de CO2 por quilómetro e este aspecto não foi contemplado nesta proposta final, o que é incompreensível”, critica. Ricardo Furtado lembra que esta medida promoveria um maior volume de vendas do parque automóvel, com vantagens ambientais, já que se substituiriam mais veículos antigos por veículos que emitem menos emissões e asseguram maior segurança rodoviária, além de ter maior impacto para a indústria da reciclagem nacional.