EuroNews A Europa é o único dos quatro maiores poluidores do mundo a ter reduzido as emissões de carbono, revelam os dados mais recentes. A Índia, a China e os EUA viram aumentar as suas emissões em 2013, enquanto a União Europeia registou uma queda de cerca de 1,8%, de acordo com dados do Global Carbon Project (GCP). O relatório da organização foi publicado antes da cimeira da ONU sobre o clima, em Nova Iorque, onde os líderes mundiais tentam concertar posições como forma de preparação para o grande acontecimento sobre o clima que decorrerá em Paris em 2015. Os cientistas dizem que, ao ritmo atual, para atingir a meta de manter o aumento do aquecimento global abaixo dos 2 graus celsius, a humanidade esgota, em 30 anos, a quota restante de emissão de CO2 que se espera que aumentem 2,5 por cento em 2014, de acordo com investigadores da Universidade de East Anglia. Segundo a mesma fonte, as emissões da China, por pessoa, ultrapassaram, pela primeira, as da União Europeia. Neste caso, chegam mesmo a ser mais elevadas do que as dos EUA da UE combinados. 10 principais emissores de carbono do mundo em 2013: Medida – milhões de toneladas de CO2. Fonte: Global Carbon Project. China–> 9977 EUA–> 5233 UE–> 3487 Índia–> 2407 Rússia–> 1812 Japão–> 1246 Alemanha–> 759 Coreia do Sul–> 616 Irão–> 611 Arábia Saudita–> 519 A comissária cessante para a ação climática (Clima e Energia), da Comissão Europeia, escreveu no Twitter que “o problema das alterações climáticas não pode ser resolvido sem uma forte contribuição da China”. Connie Hedegaard disse ainda, em comunicado, que: “cada vez mais pessoas, em todo o planeta, começam a descobrir, da pior maneira, que as mudanças climáticas já não são uma ameaça de longo prazo. Acrescentando que, há apenas duas semanas, as regiões de Jammu e Caxemira foram atingidas por cheias e outros locais pela seca. “Fica claro que as mudanças climáticas já começaram.” Na Europa, países como Espanha, Roménia, Grécia, Lituânia, Bulgária e Reino Unido conseguiram reduzir as emissões de CO2 em 2013, em comparação com os anteriores 12 meses, mas é preciso ter em consideração que a crise também “matou” parte da indústria destes países, ou seja, parte dos poluidores. A Alemanha, o maior emissor de CO2 da UE, e o sétimo maior do mundo, viu os seus números aumentarem 2,4%. O Reino Unido, Itália e França são também grandes poluidores, embora França tenha sido o único dos três a registar um aumento. A UE assumiu o compromisso de reduzir as emissões de carbono em 20%, relativo aos níveis de 1990, até 2020. O Professor Pierre Friedlingstein, que trabalha com a GCP e pertence à Universidade de Exeter, referiu: “O tempo para uma evolução tranquila nas nossas atitudes, tendo como objetivo a mudança climática tem de acontecer agora. Atrasar a ação não é opção. É preciso agir em conjunto e agir rapidamente, se quisermos ter uma hipótese de evitar as alterações climáticas não no futuro mas enquanto estamos vivos. “Nós já usámos dois terços da quantidade total de carbono que podemos queimar, se quisermos manter o aquecimento global abaixo dos 2°C. Se continuarmos no ritmo atual, vamos chegar ao nosso limite em menos de 30 anos e para isso é preciso que não haja um crescimento contínuo dos níveis de emissões de CO2. As implicações de não agirmos de imediato são preocupantes. Ou assumimos a responsabilidade coletiva de fazer a diferença, ou será tarde demais.” Portugal Em maio último, um relatório do Eurostat, sobre a evolução das emissões de dióxido de carbono na União Europeia, em 2013 (em comparação com 2012), davam conta de uma diminuição global de 2,5%. Ainda assim, em Portugal, a realidade mostrava-se diferente, ou seja, um aumento 3,6% , um dos valores mais elevados entre os seis Estados-membros que registaram subidas. UNIÃO EUROPEIA Rankings – 2013 Medida – milhões de toneladas de CO2 – Fonte: Global Carbon Project Alemanha–> 759 Reino Unido–> 462 Itália–> 353 França–> 344 Polónia–> 312 Espanha–> 240 Holanda–> 165 República Checa–> 101 Bélgica–> 99 Roméni