Diário Económico O ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia parte hoje para os Emirados Árabes Unidos (EAU), numa viagem que marca uma viragem na forma como o poder político encara as questões ambientais. Para além de conquistar investidores para as privatizações e outras oportunidades de negócio em Portugal, Jorge Moreira da Silva pretende ajudar a exportar o ‘cluster’ português da Economia Verde, integrando na sua comitiva, pela primeira vez, gestores de empresas como a EDP, Efacec, Águas de Portugal e Grupo Amorim, entre outras.”Qualquer político, na situação em que a Europa e Portugal se encontram, deve ter como desígnio criar emprego e gerar as melhores condições para a criação de emprego. E Portugal, no sector da Economia Verde, tem condições para criar um grande número de empregos”, disse Jorge Moreira da Silva em declarações exclusivas ao Diário Económico, um dia antes de partir para o fórum de sustentabilidade da IRENA, entre 18 e 21 de Janeiro.Adiantou: “Esta missão envolve uma lógica de internacionalização do cluster da Economia Verde em Portugal e de atracção de investimento. Este sector está a crescer, à escala mundial, 4% ao ano. Não existem muitos sectores com este crescimento.””Além disso, existe uma procura de infra-estruturas energéticas e de acesso à energia, à escala global, de 13 biliões de dólares, até 2030, sendo que metade deste valor será de países que não são da OCDE. Há uma procura de energias e tecnologias ‘limpas’ que traduzem grande potencialidade”, frisou. Para além do objectivo da captação de investimento e da internacionalização do ‘cluster’ do ambiente e energias limpas, a visita aos Emirados Árabes Unidos tem dois outros fins: o primeiro é assegurar a participação de Portugal na discussão sobre o futuro das políticas de energia a nível global, num fórum que contará com representantes das principais economias globais. O segundo, explicou, passa por reforçar os laços políticos e económicos com os Emirados, “país que se está a afirmar cada vez mais como campeão das energias ‘verdes’, apesar de ser produtor de petróleo”.”Isto cria grandes oportunidades de cooperação entre os dois países”, frisou o governante, que será recebido pelo seu homólogo dos Emirados, para além de reuniões com os ministros do Ambiente de Angola, China, índia, Moçambique, Israel, Peru e Cabo Verde. Na agenda está também um encontro com a comunidade portuguesa radicada nos Emirados.Privatizações em cima da mesaAs privatizações da EGF, da participação remanescente do Estado na REN e outras que estão previstas para 2014 deverão também ser abordadas nos contactos que o ministro vai ter com investidores como o Fundo Soberano de Abu Dhabi, entre outras entidades.”Não é um ‘roadshow’ para as privatizações, uma vez que esse processo decorrerá de outra forma, mas é óbvio que terei oportunidade de dizer que Portugal tem hoje um conjunto de oportunidades de investimento em áreas como a energia ou os resíduos, mas também em áreas como a reabilitação urbana e no sector mineiro”, frisou o ministro.