ESPECIALISTAS SUBLINHAM QUE HÁ UM LONGO A CAMINHO A PERCORRER
Os desenvolvimentos tecnológicos são uma realidade cada vez mais disseminada em várias vertentes do quotidiano e o controlo de qualidade da água para consumo humano não é exceção. A nível internacional, há já alguns exemplos desta tendência, incluindo ao nível da telemetria ou gestão remota. Em Portugal, ainda há, no entanto, muito a fazer.
“Em Portugal mesmo para as entidades gestoras mais evoluídas ainda há algum caminho a percorrer ao nível da tecnologia, por exemplo no âmbito da monitorização contínua da qualidade da água em redes de abastecimento”, sublinha o presidente da Associação das Empresas Portuguesas para o Sector do Ambiente (AEPSA), Eduardo Marques.
Existem atualmente equipamentos para este efeito, já disponíveis no mercado, que poderão ser instalados pelas entidades gestoras com a finalidade de detetarem, rapidamente, alterações anormais da qualidade da água. Será também possível perceberem o verdadeiro impacto que a operação e a manutenção das redes poderá ter na qualidade da água, possibilitando otimizar a gestão das infraestruturas e dos processos de tratamento, nomeadamente no que respeita o consumo de reagentes ou a deteção precoce de anomalias e falhas, exemplifica. “As soluções tecnológicas que existem no mercado, atualmente, e considerando a realidade dos nossos sistemas, penso serem suficientemente inovadoras e capazes, para fazer face às necessidades existentes no setor. A questão é se as mesmas estão a ser utilizadas
e devidamente potenciadas, face às suas capacidades. Julgo que o maior problema passa por aqui”, frisa o Diretor Delegado dos SIMAS de Oeiras e Amadora. Nuno Campilho sublinha a enorme evolução que se tem verificado ao nível da telemetria, da telegestão e da gestão remota da rede, mas lamenta que haja poucas entidades gestoras que já tenham abraçado estas tecnologias e que, mesmo estes, possam não as utilizar na plenitude do seu potencial.
“Internacionalmente, exemplos são muitos e, alguns deles, já com alguns anos de existência e consolidação”, acrescenta Nuno Campilho. “Falo, por exemplo, do caso da telemetria no Reino Unido, que é tão eficiente, que até admite a inexistência de um contrato formal entre os clientes e as entidades gestoras, pois a leitura remota dá, de imediato, a possibilidade de emissão da fatura, com base em dados cruzados com o proprietário do local de consumo”, exemplifica.
ARMA CONTRA TERRORISMO
“Numa era em que os aspetos da segurança, principalmente contra atos de terrorismo, estão na ordem do dia, estes equipamentos poderão ter um papel cada vez mais importante na sua salvaguarda”, sublinha Eduardo Marques. O presidente da AEPSA aponta para empreendimentos e eventos especiais com elevado nível de criticídade, como a Disneyland Paris ou os Jogos Olímpicos, que utilizam a tecnologia de forma exemplar.