Diário de Notícias Nova Iorque. Nações Unidas esperam pelo menos 155 assinaturas formais dos acordos de Paris. Barack Obama não estará presente Depois das celebrações no final da Cimeira de Paris, em dezembro, com os 195 países presentes aprovarem o acordo sobre o combate às alterações climáticas, começa hoje a primeira “prova dos nove” ao real empenho do planeta, com a ratificação formal do acordo, em Nova Iorque. Um pequeno passo, entre muitos, rumo à meta de implementar até 2020 uma política de redução das emissões de C02 que permita limitar a subida das temperaturas médias, até ao final deste século, a valores abaixo dos 2 graus centígrados.Prevê-se que 155 países assinem o documento, o que não chega para o tornar vinculativo. De acordo com os termos definidos, é preciso que o acordo da COP21 seja ratificado por países que, entre si, representem pelo menos 55% do total de emissões de C02 do planeta. Com a China a representar 24% das emissões e os Estados Unidos 12%, muito continua nos ombros destes dois países.O presidente Barack Obama não marcará presença na cerimónia. Mas, de acordo com os analistas, tudo aponta para que o líder nor- te-americano continue a empenhar-se em comprometer o seu país com os desafios acordados até 2015. Até porque não quererá deixar essa decisão para o seu sucessor. A partir do momento em que os Estados Unidos ratifiquem o documento, só na próxima cimeira do clima, dentro de cerca de quatro anos, poderão desvincular-se dele.Depois da ratificação de hoje, os diferentes países terão ainda de implementar internamente o entendimento, o que em muitos casos passará por alterações legislativas.Portugal está abrangido pelos compromissos assumidos pela União Europeia (UE), que, no seu todo, constitui o terceiro maior emissor de C02 a nível mundial (95) do total, apenas abaixo da China e dos Estados Unidos.Apesar de manter o estatuto de um dos grandes poluidores do planeta, a UE tem também assumido protagonismo na batalha pelocombate ao aquecimento global, não só pelos resultados conseguidos nos últimos anos mas também pelo seu empenho numa coligação de países que tiveram um papel decisivo na definição de ambições elevadas para a cimeira que decorreu no final do ano passado.As ambições da UE – definidas pelo Conselho Europeu em 2014 – passam pela redução das emissões de C02 em pelo menos 40% – por comparação a 1990 – até 2030. Falta no entanto definir, a nível comunitário, a fatia do esforço de redução do carbono a distribuir por cada um dos Estados membros.De acordo com dados do observatório Climate e Action Tracker, prevê-se um calamitoso aumento de 4,5 graus na temperatura média até 2100 se os poluidores não atuarem. Com os compromissos já assumidos antes de Paris, esse valor baixaria apenas para 3,6 graus. E mesmo implementando os compromissos da COP21, a descida será ainda insuficiente para a meta: cerca de 2,7 graus.