A recolha de resíduos e outros serviços relacionados tem vindo a sofrer com o impacto decorrente do aumento do salário mínimo e custos de combustível que não se reflete nos valores procedimentais lançados pelas diferentes entidades adjudican- tes, alerta a AEPSA (Associação das Empresas Portuguesas do Setor do Ambiente).
“Este aspeto tem vindo a ser responsável por uma diminuição de preços nas propostas apresentadas pelos diferentes concorrentes e, consequentemente, da margem, o que, em alguns casos, subsiste após adjudicação”, sublinha. A associação considera que este facto acabará por “refletir-se na qualidade do serviço”. Nos próximos tempos, alerta, haverá uma necessidade crescente de adaptação do sistema de recolha atual aos sistemas já mais difundidos nalguns países europeus. No entanto os atuais cadernos de encargos beneficiam o mais baixo preço e o tempo de contrato com horizonte de um a cinco anos. “Ao colocar a fasquia por baixo, nenhuma empresa privada poderá investir em soluções inovadoras, que são normalmente mais caras, quando o contrato paga apenas o básico e o mínimo”, realça.
EMPRESAS QUEREM GASÓLEO PROFISSIONAL
A AEPSA defende que as entidades que atuam na área da gestão de resíduos devem ter acesso ao gasóleo profissional beneficiando assim de um desconto no preço dos combustíveis.
“Seria importante que as empresas pudessem também beneficiar das mesmas condições relativamente ao custo do gasóleo profissional, tal como outras empresas da área e da indústria do transporte, até porque se trata de um serviço de salubridade e interesse público”, denota a associação.
O apoio é dado através do reembolso parcial de impostos sobre combustíveis para empresas de transportes de mercadorias. Até aqui havia um teto de 30 mil litros, que aumentou em 2018 para 35 mil litros por viatura abrangida.