Jornal da Madeira
O número de veículos em fim de vida abatidos na Madeira tem vindo a aumentar, com particular incidência para os últimos quatro anos. De acordo com a Valorcar, que reúne seis empresas na Região licenciadas para o desmantelamento de viaturas, só no ano passado foram destruídos 1.672 carros. 8.690 viaturas abatidas em 10 anos na Madeira Há uma tendência de aumento de abate oficial de veículos em fim de vida na Madeira, com 6.007 nos últimos quatro anos, 70% do total desde 2013. Em 2022 foram 1.672 carros, menos 10% que em 2021.
Na Região Autónoma da Madeira registaram-se, oficialmente, 1.672 abates de viaturas em fim de vida [VFV] ao longo de 2022. Os dados constam na compilação da rede Valorcar, que tem a seu cargo esta pasta na Região, com licença válida até final do corrente ano de 2023. Rede Valorcar é uma entidade privada, sem fins lucrativos, cujo capital social pertence em 95% à Associação Automóvel de Portugal [ACAP] e em 5% à Associação das Empresas Portuguesas para o Sector do Ambiente (AEPSA). De resto, a Valorcar – Sociedade de Gestão de Veículos em Fim de Vida, que tem na sua alçada a totalidade da cobertura no país, reúne, depois, no arquipélago seis centros de abate – centros de receção ou operadores de desmantelamento – que se encontram devidamente licenciados para a atividade de desmantelamento de veículos, nomeadamente três no Caniço, e um na Camacha, em São Vicente e na Ribeira. O universo daquelas 1.672 viaturas representa menos 10,2% que em 2021 (1.861). No todo do país, durante o ano de 2022 foram entregues para abate nos centros da Rede Valorcar um total de 109.475 ‘viaturas em fim de vida’ [VFV]. No todo do país existem 319 centros de abate, seis dos quais, então, na Madeira, mas este é um fenómeno crescente, referenciando-se, por exemplo, que em 2014 eram81 no todo nacional e só um na Região. As renovadas preocupações ambientais, a descarbonização e consequente entrada em cena de alguns incentivos, vêm contribuindo para o aumento significativo do abate oficial, sendo que no caso do arquipélago foi atingido pela primeira vez em 2019 a marca dos quatro dígitos, aí se mantendo deste dentão, sucessivamente com 1.319 (2019), 1.155 (2020), 1.861 (2021) e 1.672 (2022) veículos abatidos. Até então, no levantamento aqui reproduzido relativo aos últimos 10 anos, observa-se uma certa constância entre os 400 e os 550 carros, com exceção de 2017 que se quedou pelos 363. Aliás, a cadência evolutiva é proporcional aos números nacionais, com subida mais forte a partir de 2018, sendo que nos dois últimos anos ultrapassou mesmo, largamente, as 100 unidades. A vantagem de entregar o carro num centro devidamente licenciado é a extinção da matrícula, a única forma de não pagar o imposto único de circulação. É feita a devida comunicação à Autoridade Tributária, sendo que este é um processo resolvido em cerca de um mês. As viaturas são depois, obrigatoriamente, desmanteladas em peças, que podem ser comercializadas depois. Aliás, quase tudo é aproveitado, conforme vos corrente, havendo mesmo quem se atreva a confidenciar que 95% do carro é reutilizado.