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O “game over” de uma consola está longe de ser o fim da linha. A reciclagem de equipamentos eletrónicos é um processo longo, onde se quer poupar a saúde, o ambiente e reaproveitar materiais. Índice O dourado salta à vista e destaca-se entre o mar de tons mais escuros que está dentro do recipiente. Estamos perante uma “placa rica” , de dimensões generosas, com bastante ouro à espera de ser retirado. “Quanto mais antiga for melhor, tem mais qualidade”, resume José Patrocínio, responsável pela gestão de resíduos da Veolia, enquanto manuseia a tal “placa rica”. Os componentes mais antigos – desde placas gráficas até memórias – podem ter maiores dimensões, o que também se traduz em mais espaço ocupado por metal. “Quanto mais componentes tiver, mais metal, mais valiosa é.” A “placa rica” regressa ao local apropriado, junto aos restantes componentes. Nas proximidades está o compartimento para as placas menos nobres, com menos metais. O lixo de uns é o tesouro de outros é uma expressão válida no trabalho da Veolia, um dos vários operadores que trabalha com a rede Electrão, a entidade responsável por oito mil pontos de recolha de resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos (REEE). A consola que morreu num curto circuito pode até ter feito a despedida do proprietário num ponto de recolha, mas está longe de ser inútil. O ciclo de reciclagem e revalorização quer evitar ao máximo que os equipamentos elétricos e eletrónicos terminem no lixo comum ou em aterros, onde não vão ter um fim adequado às necessidades. Do ponto de recolha à nova vida há todo um caminho, que envolve diversas etapas. A ideia é que os equipamentos elétricos e eletrónicos obsoletos e avariados sejam desmantelados e que seja feita uma divisão por tipo de material. No fim do processo, pretende-se que os materiais retirados possam transformar-se em matéria-prima, servindo para novos produtos. Nos equipamentos elétricos e eletrónicos há muitos componentes que têm valor, é preciso é que sejam devidamente separados. Por isso é que nas instalações da Veolia, em Loures, os equipamentos que entram são desmantelados e divididos em partes cada vez mais pequenas, até que fiquem reduzidos a pequenos componentes. Voltemos ao exemplo da consola: é depositada no ponto de recolha com comando, cabos, ligação à tomada. Tudo isso deverá ser separado e a consola aberta até que fique praticamente irreconhecível. O processo é organizado. Há um cantinho reservado para cada tipo de componente, devidamente organizado, e onde salta à vista a descrição de cada material, acompanhado por um código. Ventoinhas, cobre velho, alumínio, discos, drives, telemóveis ou ainda telemóveis sem cartão. “Tem de estar tudo identificado”, explica José Patrocínio enquanto mostra os cantos à casa ao Observador, acompanhado por Vasco Mendes, técnico de qualidade e ambiente. E os códigos inscritos por baixo de cada material? Servem para identificação, são definidos pela União Europeia e há uma sigla, e-GAR, que não é simples para os menos habituados a estas andanças, que até implicam coletes, capacetes e calçado com biqueira de aço. Patrocínio descodifica rapidamente a sigla: “a guia de acompanhamento de resíduos”, que precisa de estar associada a cada um dos materiais separados. Até chegar ao ponto de haver componentes separados há muito trabalho a fazer, num processo que quer evitar danos para a saúde e para o ambiente. Os computadores, telemóveis ou frigoríficos têm componentes que podem ser perigosos para o ambiente e saúde pública se não tiverem um fim apropriado. Estes resíduos contêm uma série de químicos, como chumbo ou mercúrio, prejudiciais para os humanos e para o ambiente. Em alguns países, principalmente em desenvolvimento, as complicações de saúde devido à exposição a lixo eletrónico são já uma realidade. É um trabalho de gestão de “perigosidade e quantidade”, reconhece Pedro Nazareth, o CEO do Electrão. “Os equipamentos elétricos e eletrónicos têm elementos e materiais que têm alguma criticidade de abastecimento”, contextualiza. “Ou seja, materiais como o ouro, prata, terras raras, que não há grande suficiência à superfície terrestre para abastecer o consumo crescente.” As estatísticas apontam que vamos continuar a consumir cada vez mais: só nos pequenos eletrónicos, perspetiva-se que, em 2023, cada pessoa possa usar até nove dispositivos (dados Statista). “Se queremos garantir a satisfação das nossas necessidades galopantes de consumo amanhã, não podemos continuar apenas a escavar buracos na crosta terrestre e a minerar estes materiais”, vaticina. “Temos de aproveitar os materiais que já existem, que têm presença na economia, separá-los e reciclá-los em novas cadeias de consumo.” Também há uma componente de geoestratégia a ter em conta, com Nazareth a lembrar que alguns dos materiais que compõem os dispositivos eletrónicos têm uma lista bastante reduzida de produtores. “As terras raras, que são muito importantes, são uma tipologia de materiais onde existe apenas um ou dois países produtores, que são responsáveis por 90% do abastecimento”, lembra. A China destaca-se na exportação destes metais, usados em diversos equipamentos. Mas também há “as minas do Congo, de onde vem o cobalto.” E a conversa ruma para possíveis instabilidades políticas. “Falamos de painéis fotovoltaicos, de carros elétricos, baterias de iões de lítio, tecnologia eólica. Todas estas tecnologias – e sabemos bem que as economias mundiais vão precisar de consumir toneladas destas tecnologias – são constituídas com base em materiais que vão representar dificuldades de abastecimento”, alerta o CEO do Electrão. “Daí que a reciclagem tenha um papel importantíssimo para garantir que estes materiais estão disponíveis para suportar todas estas tecnologias que estamos ávidos de consumir e até para proteger outro tipo de problemas de maior escala do ponto de vista ambiental.” A primeira fase: dividir para conquistar À Veolia chegam diversos tipos de resíduos elétricos e eletrónicos, num verdadeiro entra e sai de camiões. O movimento é tanto que há percursos para peões e passadeiras para evitar descuidos dos mais distraídos. Não são recebidos só REEE recolhidos no distrito de Lisboa, mas também equipamentos vindos de Santarém, Setúbal, “de todo o país”. A empresa, que também se dedica à gestão de outros tipos de resíduos, incluindo cápsulas de café, trabalha com a rede Electrão “praticamente desde o início da rede”, em 2006. A equipa de REEE da Veolia nem sequer é a mais expressiva entre os 200 trabalhadores da Veolia em Loures: tem 25 pessoas. A legislação europeia organiza os resíduos elétricos e eletrónicos em seis categorias, que vão desde os equipamentos de regulação de temperatura até aos equipamentos informáticos e de telecomunicações de pequena dimensão. Cada categoria tem diferentes necessidades de tratamento. Por exemplo, os equipamentos da categoria de regulação de temperatura, como os frigoríficos, precisam que lhes seja retirado o gás, enquanto os telemóveis têm dimensões mais pequenas e requerem um tipo de trabalho diferente. Consoante a categoria do equipamento, há um processo específico. Uma fase comum é a descontaminação dos equipamentos. Depois, é preciso organizar os equipamentos pelas suas dimensões e categorias. No interior das instalações da Veolia, já decorre uma fase essencial do processo, feita por uma equipa de seis pessoas equipadas a rigor. Num dos pontos de trabalho as atenções está num tapete rolante, onde se tenta fazer uma separação e retirar tudo o que sejam pilhas ou baterias nesta fase. As primeiras porque não podem ser recicladas nestas instalações – ou melhor, nem no país. “Portugal não tem escala”, explica o responsável da Veolia. As pilhas são devidamente armazenadas e, mais tarde, enviadas para outros locais onde seja possível fazer o respetivo tratamento. A retirada das baterias também é importante, já que em alguma das fases seguintes poderia dar-se a explosão destes componentes. As mãos no tapete são ágeis e já conhecem os cantos à casa para saber onde depositar as diferentes partes. Há ímanes para ajudar a distinguir o tipo de metal e ferramentas para conseguir tornar tudo mais pequeno e trabalhar de forma mais ágil. E, embora haja alguns processos de maquinaria para auxiliar, uma boa parte do trabalho tem de ser feita manualmente, com o intuito de conseguir separar o máximo de materiais possíveis. Alguns dos objetos no tapete estão num estado bastante degradado, o que dificulta a identificação daquilo que já foram. Outros nem tanto: é possível avistar uma torradeira, um telemóvel ou até alguns “intrusos”, como a tampa de um caixote do lixo de metal que atraiu a atenção de José Patrocínio. Há teclados de computador, telemóveis e muitos, muitos cabos. E, mais uma vez, alguns intrusos, que são arrumados numa caixa que se destaca pelas cores. Lá dentro está plástico rosa, azul e amarelo, que noutra vida deu corpo a isqueiros de cozinha. Não são resíduos eletrónicos, é certo, mas também vão ter um fim à altura. “Se tiverem gás, vai ser retirado, e depois o resto é reciclado.” José Patrocínio continua a navegar pelos diferentes espaços. “Tudo aqui tem valor, desde que esteja separado”, explica, enquanto percorre o caminho junto a uma das linhas de triagem de equipamentos. É um processo que “dá muito trabalho”, admitem os responsáveis da Veolia. E, por mais que se tente automatizar, nem sempre isso é uma possibilidade, devido à perícia necessária para conseguir retirar algumas partes dos equipamentos. O trabalho é minucioso, principalmente nos componentes eletrónicos e na área dos circuitos elétricos. No fim do processo, após uma série de fases – triagem, descontaminação, retirada de componentes perigosos, fragmentação e recolhidos os materiais – há agora matéria-prima, pronta a ser reintroduzida na cadeia de valor. A taxa de valorização média neste processo ronda os 84%, mas pode ser mais elevada, dependendo da categoria. E há exemplos concretos da transformação: o aço de uma torradeira, por exemplo, poderá servir para produzir 25 latas para conservas. “Quando reciclamos materiais evitamos toda essa cadeia extrativa e produtiva dos materiais poupando a pegada ambiental”, explica Pedro Nazareth. “Há aqui um efeito da reciclagem” que é “muito importante na agenda de mitigação climática que os países vivem.” “O segredo é a quantidade” A ideia já tinha sido transmitida por Pedro Nazareth, o CEO do Electrão, e é reforçada pelos responsáveis da Veolia: o circuito informal é uma dor de cabeça, principalmente quando se fala de frigoríficos. É um equipamento que precisa de cuidados muito específicos: além da dificuldade de transporte, dadas as dimensões, tem de ser retirado o gás para evitar emissões para o ambiente. Mas muitas vezes não chega um frigorífico inteiro às mãos dos operadores – chega só a carcaça. O motor, onde estão alguns fios de cobre, um metal bastante apetecível pelo seu valor monetário, ficou em parte incerta. O facto de ser algo relativamente simples de retirar, dizem os especialistas, faz com que seja desviado. José Patrocínio lembra que não basta retirar o motor para garantir que o frigorífico está pronto a ser reciclado de forma segura. “Quando tiram o motor já o gás foi libertado para a atmosfera”. Por aqui não são transformados os frigoríficos, que precisam de uma área específica para descontaminação e retirada de materiais em segurança. Por isso, ficam armazenados numa área das instalações, devidamente acondicionados e prontos para seguirem para outras paragens. O problema do desvio de equipamentos elétricos e eletrónicos é tão significativo que levou o Electrão a fazer uma experiência. Em 2020, num projeto interno, surgiu o WEEE Follow. Foi colocado um GPS em resíduos elétricos que foram colocados em pontos de recolha, para saber qual era a trajetória que seguiam. O resultado foi expressivo: três em cada quatro equipamentos foram desviados para o mercado paralelo. Pedro Nazareth, CEO do Electrão, graceja que “os elétricos não aparecem na praia, no campo ou na montanha”. “Não têm capacidade de se sublimar, estão a ser transformados” no mercado paralelo. “Há um conjunto de agentes informais que se dedica a extrair as componentes de maior valor dos equipamentos elétricos e eletrónicos, não garantindo a proteção ambiental e de saúde pública, não permitindo o cadastro administrativo e, por última instância, não permitindo atingirmos taxas de reciclagem como desejaríamos.” Este responsável faz questão de lembrar que há “plásticos, espumas, todo um conjunto de materiais que estão nos aparelhos elétricos e eletrónicos que têm de ser aproveitados”. “O que se passa é que este mercado paralelo atua apenas nos componentes de valor económico.” José Patrocínio resume a questão. “As pessoas têm de perceber que não é a vender uma placa”, mesmo que seja das ricas, “que se vai ganhar um montante relevante com esta venda de resíduos”. “O segredo está na quantidade”, diz, “se não, não vale a pena” ao ponto de se correr riscos desnecessários. “É essa a mensagem que queremos passar às pessoas.” Pelas mãos dos trabalhadores deste operador de REEE passam todo o tipo de equipamentos, dos mais pequenos aos mais antigos. É fácil ceder à curiosidade e espreitar para dentro de recipientes para encontrar um irmão daquilo que foi o primeiro telemóvel ou uma televisão como aquela a preto e branco que estava na sala da avó. Mas já ficou claro para estes trabalhadores que não só os equipamentos estão a ter um ciclo de vida mais curto como também há diferenças nos materiais. “Os materiais estão cada vez mais pobres”, com produtos com menos minério, nota o responsável de gestão de resíduos. Há muitos equipamentos antigos a circular pelos diferentes caminhos do processo, é certo, mas é na área das máquinas de lavar louça e roupa que é possível encontrar equipamentos relativamente mais recentes. Nas máquinas de lavar roupa, um dos passos passa pela retirada do vidro do óculo do tambor, que seguirá para reciclagem, por exemplo. E também nesta categoria de produtos há diferenças no mercado: algumas das máquinas de roupa estão a chegar às instalações com gás, “especialmente se incluírem a componente de secagem”. Processo de REEE relaciona equipamentos que entram no mercado e resíduos O sistema de reciclagem de REEE em Portugal começou em 2006, recorda o responsável do Electrão. Pedro Nazareth contextualiza que, na altura, não havia “propriamente canais de recolha, a reciclagem de eléctricos e eletrónica era muito incipiente ou, quando essa reciclagem acontecia, não acontecia com o cuidado e rigor ambiental a que estes processos obrigam.” Na origem do Electrão está um grupo de produtores de equipamentos elétricos e eletrónicos. No relatório de atividade de 2021, são detalhados os órgãos associativos do Electrão – Associação de Gestão de Resíduos, uma associação de direito privado, de âmbito nacional e sem fins lucrativos. Na lista contam-se empresas como a Multimac, Daikin, Samsung, Signify, General Electric, SEB, Canon, Meireles, Schneider Electric, Ledvance ou Crowe, que representam diferentes categorias de equipamentos. Além do Electrão, há mais duas entidades com licença em Portugal para fazer a gestão deste tipo de resíduos: a ERP Portugal e E-Cycle, anteriormente designada por WEECYCLE. O Electrão é a rede de gestão de maior relevo – em 2021 tinha uma quota de mercado de 61%. Os participantes neste fluxo de resíduos obedecem a uma série de metas de recolha e valorização deste género de resíduos. A ideia é que haja uma relação entre o número de equipamentos que chega ao mercado e o peso médio dos resíduos recolhidos. A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) refere no relatório da evolução da gestão deste tipo de equipamentos, com a versão mais recente divulgada em 2021, que a partir de 2019 a meta determina que os resíduos recolhidos devem representar 65% do peso médio dos equipamentos elétricos e eletrónicos colocados no mercado nos três anos anteriores ou, em alternativa, 85% dos REEE gerados em Portugal, considerando o peso total dos REEE recolhidos e provenientes de utilizadores particulares e não particulares. A meta de 65% é a mais ambiciosa, tendo substituído a anterior meta de 45%. Segundo os dados da APA, que vão até 2019, foram colocadas 203.921 toneladas de produtos no mercado nesse ano, o número mais elevado desde 2010. Em 2019, os números comunicados pelas entidades com licença para a gestão destes resíduos revelaram que foram recolhidas em Portugal 52.772 toneladas de REEE e registado um total valorizado de 44.904 toneladas. A proporção de resíduos valorizados ficou nesse ano nos 84,5%, mas noutros anos chegou a ser mais expressiva: em 2013 com 94,6% e em 2014 com 93,6%. Já olhando especificamente para os dados do Electrão, relativos a 2021, no conjunto dos operadores foi registado um total de 363 toneladas de REEE encaminhados para preparação para reutilização. Destaca-se principalmente a preparação para reutilização dos equipamentos da categoria 4, os equipamentos de grandes dimensões (155 toneladas), categoria 1, os equipamentos de regulação de temperatura (110 toneladas) e a categoria 6, os equipamentos tecnológicos de pequenas dimensões (64 toneladas). Há também outra vertente nestes dados: o encaminhamento para tratamento e valorização de um total de 16.720 toneladas, com destaque para a categoria 1 (6.075 toneladas), categoria 4 (3.876 toneladas), categoria 5, dos equipamentos de pequenas dimensões (3.321 toneladas). E fica a ressalva: “com exceção das quantidades que foram submetidas a preparação para reutilização”, as tais 363 toneladas, “todas as quantidades recolhidas pela Rede Electrão ao longo de 2021 foram encaminhadas para tratamento e valorização”. No total, em 2021 o Electrão atingiu uma taxa de valorização média de 84%. Portugal continua longe das metas europeias – mas não é o único As metas destes resíduos eletrónicos foram definidas à escala europeia por uma diretiva, que obriga às tais condições de relação entre os equipamentos recolhidos e aqueles que são colocados no mercado. A diretiva WEEE entrou em vigor em agosto de 2012, fazendo com que os Estados-membros tenham de reportar dados à Comissão sobre a recolha de REEE. Mas, de acordo com os dados divulgados pelo Eurostat, em 2020 só três países conseguiram atingir a meta de recolha mais ambiciosa de 65% do peso médio dos EEE que chegaram ao mercado entre 2017 e 2019: a Bulgária, Croácia e Finlândia. Outros cinco, Eslováquia, Polónia, Estónia, Áustria e Irlanda, ficaram próximos, com valores que oscilavam entre 60,4% a 62,4%. O cenário era diferente se a meta a alcançar ainda fosse a de 45%: aí 15 em 27 Estados-membros conseguiam alcançar. Portugal ficou em último lugar, a rondar os 32%, não alcançando sequer a meta menos ambiciosa. Os dados do Eurostat mostravam que, em 2020, a média europeia de lixo eletrónico era de 10,3 quilos por habitante. Portugal figurava em último lugar, com 5,8 quilos, apenas à frente da Grécia, com 5,7 quilos. A Áustria liderava e a Finlândia, ambas com 15,7 quilos por habitante. “Estamos muito atrás dos objetivos comunitários”, lamenta o CEO do Electrão. “Não é um problema exclusivo de Portugal, todos os países se vêem a braços com este objetivo — tendia a dizer que poucos são os países europeus que estão a cumprir com a meta de recolha e reciclagem estabelecida a nível comunitário.” Mas defende que isso “não deve servir de argumento para os números muito modestos que Portugal está a apresentar nesta altura.”