Ambiente Magazine
Para assinalar os 29 anos da Ambiente Magazine, desafiamos todo o setor – Água, Energia, Resíduos, Agricultura, Florestas – a partilhar, por um lado, as grandes mudanças estruturais em cada área e, por outro lado, o que pouco mudou, havendo uma necessidade urgente de ação.
A Água por: Filipa Alves, Administradora da Águas do Centro Litoral José Furtado, Presidente da Águas de Portugal
Filipe Araújo, Presidente do Conselho de Administração da Empresa Municipal Águas e Energia do Porto
Rui Godinho, Presidente do Conselho Diretivo da APDA,
Carlos Coelho, Presidente da Comissão Diretiva da Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos (APRH),
Pedro Perdigão, CEO da INDAQUA
Jaime Melo Baptista, Presidente da LIS-Water
Carlos Vieira, Diretor Delegado dos SMAS de Sintra
Alexandra Serra, Presidente do Conselho de Administração da Águas do Tejo Atlântico
Eduardo Marques, Presidente da AEPSA
Numa altura em que o setor da água enfrenta inúmeros desafios, vários especialistas da área lembram-nos dos feitos que já foram alcançados num setor que, há 29 anos, se encontrava muito atrasado. Pedro Perdigão , CEO da Indaqua, destaca a “melhoria da qualidade da água da rede pública” que, associada ao “aumento de cobertura das redes públicas da água e águas residuais”, permitiram “melhorar a saúde pública e a qualidade das águas balneário”: “uma mudança que resultou de um esforço nacional que envolveu várias entidades”. Mas, por outro lado, “nem tudo está bem e nem tudo está feito”, considera Eduardo Marques , Presidente da AEPSA, lamentando a contínua “falta de sustentabilidade financeira do setor em baixa”, onde “dois terços das entidades gestoras não cobrem custos” e, consequentemente, “não cumprem o princípio de utilizador e pagador”, uma vez que “subsidiam a tarifa a partir dos impostos municipais”. O que também não parece ser aceitável, mais ainda numa situação de seca que Portugal tem enfrentado, é a “falta de eficiência hídrica”, onde se registam “perdas de água na ordem dos 30%”, alerta. Apesar das grandes evoluções sentidas neste setor, Filipa Alves , Administradora da Águas do Centro Litoral (AdCL), lembra da urgente necessidade de se aumentar efetivamente a literacia ambiental para que todas as partes possam compreender o trabalho que é feito e o seu impacto todos os dias. Neste testemunho, José Furtado , Presidente da Águas de Portugal (AdP), enaltece o relevante contributo das empresas do Grupo em parceria com os municípios para assegurar a todos os cidadãos água segura e de qualidade. Já , Presidente do Conselho de Administração da Empresa Municipal Águas e Energia do Porto, EM, destaca a criação, nos anos 90, de estações de captação e tratamento de água, que garantem que não existe escassez ao nível do abastecimento público, os investimentos na construção de ETAR’s ou as conquistas ao nível do saneamento, permitindo despoluição de rios e ribeiras. Do lado da APDA, o presidente do Conselho Directivo, Rui Godinho destaca a garantia do abastecimento de água e de saneamento em todo o país, a consolidação do modelo organizacional e aprovação da Lei da Água, como as três mudanças estruturais que tiveram lugar no setor nos últimos 29 anos. Por seu turno, Carlos Coelho , Presidente da Comissão Diretiva da Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos (APRH), aborda alguns pontos que ainda são necessários avançar no setor da água, como a redução de perdas nos sistemas de abastecimento e a aposta na digitalização para dar resposta ao desafio. Da mesma forma, Jaime Melo Baptista , Presidente da LIS-Water, alerta para alguns dos aspetos que precisam de ser ultrapassados, como a ineficiência operacional e a falta de sustentabilidade financeira de muitas entidades gestoras e os insuficientes compromissos dos atores políticos. Carlos Vieira , Diretor Delegado dos SMAS de Sintra, considera o investimento e a capacidade que existiu no país ao nível da infraestruturação uma grande evolução que permitiu a Portugal dar um grande salto qualitativo no setor. Alexandra Serra , Presidente do Conselho de Administração da Águas do Tejo Atlântico, nas duas mensagens transmitidas, destacou as que permitem hoje ao setor ser reconhecido internacionalmente e, por outro lado, o facto de se tratar de um setor as duas velocidades , persistindo ainda regiões no país elevada fragmentação dos serviços em Baixa.