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Players do setor alertaram no Green Economy Forum para a necessidade de investir na reabilitação do sistema de abastecimento hídrico como forma de evitar um aumento de tarifas para o consumidor. Portugal vai ter que aumentar a capacidade de investimento nos sistemas de abastecimento para reduzir os níveis de desperdício e aumentar a eficiência hídrica a nível nacional. De acordo com o professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Joaquim Poças Martins, Portugal tem cerca de 15 mil milhões de euros em infraestruturas que estão a “enfraquecer” e, por isso, será necessário investir 300 milhões de euros por ano para reverter a situação e evitar que comprometa o abastecimento de água que chega às torneiras. “ Em Portugal, temos 15 mil milhões de euros de infraestruturas que estão a enfraquecer , isto desde os anos 90. Vai ser preciso renová-las”, referiu, acrescentando que o setor da água em Portugal vale em 1,5 milhões de euros por ano e que para financiar essa renovação das infraestruturas, vão ser necessários 300 milhões de euros por euros , ou seja, “20% do valor anual do setor”, explicou Joaquim Poças Martins, durante a sua intervenção no Green Economy Forum, uma conferência do ECO/Capital Verde sobre Economia Verde e Finanças Sustentáveis , que decorreu esta segunda-feira no The Lodge Hotel, em Vila Nova de Gaia. Para o professor, será possível obter o valor do investimento necessário para renovar as infraestruturas através dos ganhos de eficiência. Caso contrário, as empresas poderão ser obrigadas a aumentar as tarifas para o consumidor em 20%. A necessidade de se investir na reabilitação do sistema de abastecimento de água é ecoada pelo Administrador das Águas de Portugal, que frisou que este recurso é “essencial à vida e tem um custo para servir às populações”. “Há, de facto, uma grande necessidade de reabilitação e investimento nas infraestruturas”, referiu Pedro Vaz, durante a sua intervenção, acrescentando que no próximo quadro comunitário estarão destinados até 700 milhões de euros para melhorar a eficiência hídrica a nível europeu. “Historicamente, o custo da água, saneamento e a gestão dos resíduos foi sempre financiada por fundos comunitários. Estes custos sempre foram relativamente baixos no que diz respeito ao que os cidadãos deviam pagar pela gestão das infraestruturas. Agora as coisas serão diferentes, daí haver uma pressão para um aumento de tarifas “, respondeu. Da parte da Águas de Gaia existe a promessa de querer ser das melhores empresas a nível de eficiência e gestão hídrica, tendo revelado ao ECO/Capital Verde que, em dois anos, a gestora já foi capaz de poupar 1,8 milhões de metros cúbicos de água , graças à implementação do Programa de Redução Global de Perdas e Gestão de Eficiência Hídrica, orçado em três milhões de euros, um número que está em constante crescimento.