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O Sistema de Depósito e Reembolso (SDR) de embalagens terá uma taxa de retoma de 90% em três anos, estima a associação SDR Portugal, candidata à gestão deste mecanismo, no qual quer investir até 100 milhões de euros. De acordo com estudos de consultoras internacionais, especialistas no setor dos resíduos e com amplo trabalho desenvolvido, inclusive com a União Europeia, o modelo proposto pelo SDR Portugal poderá duplicar reciclagem de embalagens de bebidas não reutilizáveis em Portugal e gerar benefícios para os Municípios e para os Sistemas de Gestão de Resíduos Urbanos (SGRU) e, consequentemente, para os cidadãos. Entre as conclusões da avaliação do Impacte do Sistema de Depósito e Reembolso no SIGRE, com a solução apresentada pelo SDR Portugal e considerando o 5º ano de operação observam-se potenciais ganhos dos SGRU e dos Municípios, entre 9 e os 20 milhões de euros, com a redução de custos de recolha e triagem pelos resíduos de embalagens de bebidas que transitam para o SDR. Registam-se ainda aumentos de receitas dos SGRU (global Valores de Contrapartida) na ordem de 14,5 milhões de euros, caso o SIGRE cumpra as Metas em 2030 no que respeita aos resíduos que permanecerão no SIGRE (extras embalagens de bebidas que transitam para o SDR). Registar-se-ão também perdas de receitas dos SGRU na ordem dos 8,0 M€, o que representa cerca de 3% das receitas obtidas com a gestão desta tipologia de resíduos, a redução significativa das quantidades totais de littering (30 a 40%), redução de 70 a 90% da quantidade de embalagens de bebidas no littering e redução dos custos associados à limpeza urbana que deverá ser entre 20 e 40 milhões de euros por ano. Além destes indicadores que evidenciam os benefícios globais para o SIGRE com a implementação do modelo proposto pelo SDR Portugal, o estudo demonstra também a existência de benefícios indiretos do Sistema de Depósito e Reembolso ao nível da economia circular, nomeadamente na melhoria da qualidade do material recolhido, que ao ser utilizado na produção de novos produtos permite evitar a emissão anual de 109 mil toneladas; na possibilidade de redução do lixo marinho em até 90%; e na possibilidade de obter fluxos menos contaminados de resíduos de embalagens, reduzindo a taxa de contaminantes de 18 a 26% (em Portugal verificam se valores mais baixos) para 1 a 4%. A implementação de sistemas de recolha inteligentes, nomeadamente com RVM (reverse vending machine) e com centros de contagem, permite aumentar a rastreabilidade dos fluxos de resíduos, garantindo um maior controlo de qualidade, melhor fiscalização e redução dos riscos de fraude e uma avaliação contínua, e ao momento, do sucesso do sistema de depósito, permitindo a antecipação e rápida correção de potenciais desvios. Estas conclusões foram apresentadas na conferência SDR Portugal – UMA SOLUÇÃO GLOBAL PARA DESAFIOS LOCAIS, a primeira promovida pela SDR Portugal, associação sem fins lucrativos candidata à licença ou concessão de gestão do futuro Sistema de Depósito e Reembolso (SDR) de embalagens de bebidas de uso único a criar em Portugal, que decorreu na sexta-feira, dia 8 de julho, em formato híbrido e reuniu centenas de profissionais das várias áreas da cadeia de valor do setor dos resíduos. Na conferência estiveram reunidos em painel de debate Pedro Nazareth, CEO do Electrão e Vice-Presidente da Fluxos (que integra as Entidades Gestoras do SIGRE), Emídio Pinheiro, Presidente do Conselho de Administração da EGF – Environment Global Facilities, Carla Velez, Secretária-Geral da Direção ESGRA – Associação para a Gestão de Resíduos, ESGRA – Associação para a Gestão de Resíduos, Susana Fonseca, Vice-Presidente da Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável e Miguel Aranda da Silva, Diretor-Geral SDR Portugal.