Jornal Económico
O setor da água está pressionado por fatores externos, como as alterações climáticas, e há que encontrar soluções para responder a esses desafios. Uma dessas soluções reside nos fundos comunitários mas há a crença, também, que existem muitas outras oportunidades para além dessa. O uso correto das verbas comunitárias foi abordado pelos participantes no debate sobre “As novas oportunidades no sector da água”, inserido na Portugal Smart Cities Summit, que teve como media partner o Jornal Económico, e que juntou José Manuel Sardinha, da Águas de Portugal; João Damasceno, da Águas da Figueira; Eduardo Marques, da Associação das Empresas Portuguesas para o Setor do Ambiente (AEPSA); Fernando Anjos Ferreira, da Associação Portuguesa de Empresas de Tecnologias Ambientais (APEMETA); e José Saldanha Matos, da Parceria Portuguesa para a Água (PPA). Todos, sem exceção, sublinharam a importância e relevância do tema da água, cada vez mais presente na agenda internacional. Não só indispensável à vida, à sociedade, à economia, como também ao próprio ambiente. Foi destacada também a forma como promove oportunidades para todos, nomeadamente empresariais. Daí a importância de reduzir o desperdício de água e a pegada carbónica, à boleia da transição digital mas também dos instrumentos financeiros que são limitados. Por isso, para José Manuel Sardinha, da Águas de Portugal, “o desafio é grande”. Sendo necessário recorrer a uma gestão correta das tarifas aplicadas aos utilizadores. João Damasceno, da Águas da Figueira diz que o importante, perante a escassez de apoios, é “inovar e sair da caixa, apresentando soluções disruptivas”, destacando a importância da telemetria para a redução da pegada carbónica. Segundo Eduardo Marques, da Associação das Empresas Portuguesas para o Setor do Ambiente (AEPSA), “o Plano de Recuperação e Resiliência dá poucos instrumentos”. Por essa razão, sublinha que as empresas tem que estar mais atuantes , melhorar a qualidade do serviço, tem que haver gestão empresarial. “Não podemos estar sempre dependentes dos fundos mas ja que estão presentes há que aproveitá-los. Os que melhor encaixam estão relacionados com a transição climática e transição digital”, acrescentou em jeito de conclusão. Fernando Anjos Ferreira, da Associação Portuguesa de Empresas de Tecnologias Ambientais (APEMETA) alerta que “os fundos comunitários serão cirúrgicos e, por isso, há que dedicar o esforço necessário para a obtenção da eficiência energética e eficiência hídrica”. Ainda assim, sugere a utilização das verbas, provenientes dos instrumentos financeiros, nos sistemas de arejamento, substituição de sistemas obsoletos e para controlar contaminantes emergentes. Garante também o investimento nos painéis fotovoltaicos para aproveitamento da energia solar. A Portugal Smart Cities Summit, que tem o Jornal Económico como media partner, decorre até quinta-feira, 18 de novembro, no Pavilhão 2 da Feira Internacional de Lisboa, no Parque das Nações. Integra 12 sessões de debates, em que participam de mais de 100 oradores, nacionais e internacionais, e uma exposição com 80 participantes, de acordo com a organização, da responsabilidade da Fundação AIP. O evento está aberto à presença de público mediante inscrição prévia online, em portugalsmartcities.fil.pt. As sessões de debate são transmitidas através da plataforma JE TV, através do site (www.jornaleconomico.pt) e das redes sociais do Jornal Económico.