Observador online
Depois de ter atingido a neutralidade carbónica em toda a sua cadeia, a Salesforce dá o próximo passo e compromete-se a ajudar o mundo, usando o poder da tecnologia. A realidade do aquecimento global trouxe-nos uma certeza: temos de reduzir as nossas emissões de dióxido de carbono (CO2). Isto é válido para toda a gente, mas, principalmente, para as grandes empresas. Em 2017, concluiu-se que 100 das maiores empresas mundiais eram, sozinhas, responsáveis por 70% das emissões em todo o mundo. E os consumidores estão dispostos a fazer parte desta mudança. Os consumidores querem estar associados a empresas que contribuam ativamente para esta mudança, com 58% destes dispostos a pagar mais por serviços de empresas que lutem ativamente contra as alterações climáticas. Esta urgência foi vincada mundialmente no Acordo de Paris, que visa conter o aquecimento global a um valor inferior a 2ºC — de preferência, próximo do 1.5ºC. Com as medidas a tardar, o Comité das Nações Unidas para a Mudança Climática já lançou um relatório, em agosto deste ano, em que refere que esse objetivo pode já não ser possível. A mudança que a Salesforce já concretizou A Salesforce, empresa tecnológica multinacional líder em Customer Relationship Management (CRM), anunciou em setembro que atingiu a neutralidade carbónica. E o que significa isto? Significa que a Salesforce compensa as emissões de carbono que emite com iniciativas que produzem oxigénio ou anulam as emissões de CO2— sendo o resultado final, por isso, zero. Este é um desafio que a União Europeia planeia atingir até 2050 e a multinacional americana já conseguiu concretizar. Mas como? A Salesforce focou-se na energia verde: hoje em dia, 100% da energia requerida para todas as operações da empresa é de origem renovável. A Salesforce associou-se ainda à 1t.org , um esforço do Fórum Económico Mundial que planeia plantar mil milhões de árvores por todo o mundo até 2030, o que permite resgatar da atmosfera 100 gigatoneladas de dióxido de carbono. A título individual, a Salesforce compromete-se em garantir 100 milhões de árvores até ao final da década, tendo já atingido, nos primeiros 9 meses, os 10 milhões. Mas nem só aí parou a sua ambição. Para atingir este objetivo, a empresa propôs-se a avaliar toda a sua cadeia de valor, incluindo consultoria e planos efetivos para os seus fornecedores reduzirem igualmente as suas emissões. Não satisfeita com a neutralidade carbónica, a Salesforce pretende reduzir as suas emissões para metade até 2030, e aproximar-se das zero emissões em 2040. Para o atingir, foca-se em 4 categorias-chave: trabalhar a partir de qualquer lugar, infraestrutura, viagens de trabalho e cadeia de abastecimento. O desafio para o mundo Comprometida em ser um agente de mudança, a Salesforce quer incentivar outras empresas a seguir o seu caminho, convicta de que a tecnologia será uma arma fundamental nesta luta de redução das emissões de CO2. Para isso, lançou a Salesforce Sustainability Cloud 2.0 . Esta plataforma, usada pela própria Salesforce para definir a sua estratégia, pretende simplificar a tarefa das empresas de rastrearem e reduzirem as suas emissões. Este é um processo que, por envolver uma teia de várias outras empresas (nenhuma empresa existe isoladamente), tradicionalmente pode ser moroso e complicado. Com a Sustainability Cloud, a Salesforce quer trazer o Net zero as a service: dar às empresas um espelho mais real daquilo que está a acontecer, trazendo para a mesa dados definitivos sobre as áreas onde devem atuar. “Todos nós temos um papel a desempenhar na construção de um futuro sustentável, porque a crise climática exige ação em vários ângulos”, afirma Zahra Bahrololoumi, CEO da Salesforce Reino Unido e Irlanda. A Sustainability Cloud é um serviço que traz várias vantagens às empresas. Como em todos os produtos Salesforce, é baseado em dados verídicos, dando, por isso, uma imagem clara do caso único de cada empresa. Com este raio-x sobre as emissões, ficam simplificadas várias tarefas que terão de ser escrutinadas. Em primeiro lugar, é claro, torna-se possível definir um plano palpável para a empresa rumo ao Net zero e, com esse plano, provar aos consumidores que a empresa está a tomar passos palpáveis rumo ao fim pretendido. Depois, torna mais rápido recolher dados para as fiscalizações europeias e nacionais. Auditorias sobre emissões, que podem demorar meses, passam a demorar poucas semanas, estando já todos os dados recolhidos e analisados na mesma plataforma. No mesmo sentido, é possível fornecer uma imagem clara daquilo que é a empresa e que passos são possíveis tomar para caminhar na direção certa. O futuro com zero emissões não é uma opção mas sim uma obrigação. É esta a grande mensagem da Salesforce. Mas esta é uma mudança que só se faz com colaboração. Hoje, a empresa americana propõe-se a liderar este processo. Quem se vai juntar?