Ambiente Magazine
As entidades gestoras de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE) Electrão, ERP Portugal e E-Cycle juntam-se à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e à Direção-Geral das Atividades Económicas (DGAE) para mostrar aos portugueses o destino certo para os aparelhos elétricos e eletrónicos que já não funcionam.
“Reciclar no sentido certo” é o mote da campanha nacional de sensibilização que explorará o lado emocional dos portugueses, conduzindo-os a seguir num só sentido – “o certo”.
Segundo uma nota divagada à imprensa, a campanha vai ajudar o cidadão a perceber onde colocar os equipamentos elétricos e eletrónicos que já não podem ser reparados e que atingiram o seu fim de vida, e alertará para a importância do seu comportamento no processo de reciclagem. Muitos destes equipamentos são ainda descartados pelo consumidor no lixo comum e vão parar a aterros. Outros ficam a poluir solos e linhas de água e as substâncias nocivas acabam por contaminar a cadeia alimentar, alerta as entidades.
Desta forma, ao “reciclar no sentido certo” é possível evitar o abandono de REEE e promover o aumento das taxas de reciclagem, garantir o tratamento e a descontaminação das substâncias nocivas e reaproveitar os materiais, integrando-os novamente no ciclo produtivo e reduzindo a extração de matérias-primas virgens.
A campanha estará no ar até outubro nos meios televisão, rádio, e canais online, incluindo as redes sociais e o website – reciclarnosentidocerto – onde será possível encontrar os principais conceitos associados à gestão de REEE, apelando à participação ativa dos cidadãos, através da entrega dos seus resíduos nos locais apropriados, consolidados e disponíveis nesta plataforma.
“Em 10 anos passámos de vender 120 milhões por ano de smartphones no mundo, para 1500 milhões. Não admira que o fluxo de REEE seja um dos que mais cresce. Em 2030 serão 75 milhões de toneladas, quase como 7500 torres Eiffel. Este fluxo tem desafios (componentes perigosos), oportunidades (metais preciosos) e metas ambiciosas de recolha e valorização. Mas são metas que países como Portugal têm dificuldade em cumprir. É no âmbito do Plano de Ação dos REEE, que se insere esta campanha. Não queremos tornar a ação cidadã ecologicamente perfeita, mas explicar onde podemos fazer diferença, pela nossa saúde, da nossa família e do lugar onde vivemos, mesmo com ações imperfeitas”, declara Inês Santos Costa, secretária de Estado do Ambiente.
João Veloso da Silva Torres, secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, acredita que “a presente campanha é uma das medidas do Plano de Ação dos Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos, definido pelo Governo, para corrigir ineficiências detetadas no Sistema Integrado de Gestão destes resíduos. A importância de uma eficiente gestão destes resíduos não se esgota em motivos ambientais, sendo muito relevante para a economia, face à possibilidade de manutenção dos materiais no ciclo económico pelo máximo tempo possível e à criação de empresas, rendimento e emprego que as atividades de tratamento e reciclagem potenciam. Os consumidores são um agente fundamental na condução da mudança, sendo expectável que esta campanha tenha um efeito muito positivo numa gestão mais eficiente dos REEE.”