Ambiente Magazine
Foi no passado dia 22 de abrilque arrancou o “Porto Orgânico”, uma campanha que pretende alargar a recolha seletiva de resíduos orgânicos às zonas habitacionais do Porto. A Porto Ambiente, responsável pela gestão de resíduos urbanos e limpeza do espaço público no município, é também a promotora deste projeto. Dois meses depois, a Ambiente Magazine foi ao encontro de Filipe Araújo, vice-presidente e vereador do Pelouro da Inovação e Ambiente do município do Porto, para fazer um “ponto de situação” do projeto.
O “Porto Orgânico” tem a componente de operacionalização no terreno, consistindo na “sensibilização porta-a-porta para adesão ao projeto nas áreas abrangidas”, através da entrega de um “kit constituído por um balde de 7L para separação de resíduos orgânicos, dois cartões de acesso aos contentores instalados na rua e dois brindes”. Esta componente, tal como explica o responsável, é também acompanhada por “ações pontuais de rua”, com a presença da mascote “O Cascas”, e onde podem ser feitas também adesões ao projeto. Em simultâneo, encontram-se “instalados em supermercados parceiros nas zonas de intervenção, stands nos quais todos os interessados poderão efetuar uma pré-adesão ao projeto”.
Outra das componentes, a decorrer a par da operacionalização no terreno, é a “campanha de comunicação” a decorrer “online e offline”, materializada através da divulgação nas redes sociais dos embaixadores, microsite do projeto – organico.portoambiente -, canais do município, mupis, entre outros. Como objetivo principal, o projeto visa o “alargamento da recolha seletiva de resíduos orgânicos às casas dos portuenses”, cobrindo, a curto prazo, “60% da população da cidade”, possibilitando “recolher cerca de 7 mil toneladas por ano de resíduos orgânicos de forma seletiva” e, assim, “aumentar a circularidade no que diz respeito aos resíduos alimentares”.
Relativamente às vantagens, Filipe Araújo destaca que o alargamento da separação de resíduos orgânicos aos clientes domésticos da cidade vai permitir “reduzir, em grande escala, a quantidade de resíduos indiferenciados produzidos” e, por sua vez, “os impactes ambientais associados à sua produção”. Além disso, a recolha seletiva vai contribuir para o “aumento da quantidade de resíduos orgânicos encaminhados para valorização”, transformando-os num “composto 100% natural, que pode ser utilizado como adubo ou fertilizante em diversas aplicações” como, por exemplo, a agricultura biológica.
É desta que forma que se dá o “mote” para uma “economia mais circular”, em linha com as políticas orientadoras do “Porto Circular 2030”. De uma perspetiva macro, o responsável não tem dúvidas de que a implementação de um projeto como este permite à cidade do Porto dar um “passo firme” na sustentabilidade ambiental e no combate às alterações climáticas.
O projeto conta com mais de 17 mil aderentes
Um dos desafios da cidade do Porto prendia-se com o “alargamento da recolha seletiva de resíduos orgânicos ao setor residencial”, pelo que passou a ser uma das apostas da empresa, além do forte incremento no setor não doméstico. Em 2018, a recolha foi alargada a uma zona específica da cidade constituída por habitações unifamiliares e agora, com esse passo dado, o responsável dá nota de um outro importante desafio: “A mudança de paradigma e o combate aos estigmas associados a este fluxo de resíduos”. Por isso, a aposta passa por não só por “dar continuidade à implementação e alargamento deste projeto” mas também “apostar na comunicação massiva e de proximidade”, com foco nas “mudanças de comportamento individual” que contribuem para o bem-estar coletivo.
Dois meses depois do lançamento da campanha, o balanço é bastante positivo: “O projeto conta com mais de 17 mil aderentes, o que evidencia uma adesão muito positiva por parte da população que quer, efetivamente, contribuir para o aumento da reciclagem e para melhores práticas ambientais”. Outro dado que comprova o “sucesso da campanha no terreno” são as “mais de 140 toneladas de resíduos orgânicos já recolhidas” neste curto período de operacionalização do projeto, evidencia.
Sendo que a fase de implementação do projeto está prevista até meados de 2023, o responsável assegura que o “Porto Orgânico” é um projeto de continuidade, com as componentes de “comunicação e sensibilização para a temática” e “contínua aposta na melhoria do sistema” a prevalecerem para além dos limites temporais estabelecidos. Até ao momento, a Porto Ambiente conseguiu obter financiamento para a levar este serviço a mais de 60% da população: “Os planos são o de continuar a acrescentar zonas até conseguir uma cobertura total da cidade”, precisa.
A par deste projeto, a cidade do Porto conta com um trabalho contínuo na promoção da economia circular: “Sob o mote Porto Circular 2030, queremos tornar a cidade mais resiliente nestas matérias”. Assim, um dos eixos de atuação diz respeito às ações para um “sistema alimentar regenerativo e circular”, tendo a cidade participado, a convite da Fundação Ellen MacArthur, na elaboração do relatório “Cities and Circular Economy for Food”, publicado em 2019, e que permite ter uma “visão alargada” sobre a temática. Ainda incluído nesta estratégia, está o trabalho desenvolvido no “combate ao desperdício alimentar”, como é o caso das iniciativas “Dose certa” e “Embrulha” nos restaurantes.
O município também vai implementar, através das ferramentas desenvolvidas no projeto “CityLoops”, um financiamento do H2020, “modelos pioneiros de circularidade” no setor do Turismo e Economia Social, promovendo a “sustentabilidade ambiental, social e económica” em instituições parceiras, com uma “forte componente na prevenção e redução da produção de resíduos alimentares”. Filipe Araújo destaca a distribuição de “mais de dois mil compostores a cidadãos do Porto com a respetiva formação”, bem como a “breve criação de duas ilhas de compostagem para promoção da compostagem comunitária”, que permitirá aos “utilizadores usufruir diretamente da separação dos seus resíduos orgânicos, uma vez que o composto resultante poderá ser utilizado pela comunidade”. As hortas urbanas têm também sido uma forte aposta, existindo “mais de 500 talhões na cidade”, promovidos pelo município ou em parceria com outras entidades, acrescenta. Numa outra vertente dos biorresíduos, o responsável revela que o Porto tem previsto o “alargamento das diferentes metodologias de recolha de resíduos verdes”, nomeadamente o “alargamento da recolha porta-a-porta” através da “disponibilização de sacos ou contentores”, em habitações e em instituições.
O “Porto Orgânico” é financiado por três candidaturas ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR) e de uma outra com o projeto “CityLoops”, do H2020. No total, estas candidaturas perfazem um financiamento global de mais de 3 milhões de euros, investidos na operacionalização e comunicação do projeto Orgânico.
O que é que desejam com esta campanha?
O grande objetivo deste projeto é alargar a recolha de resíduos orgânicos a toda a cidade e, cada vez mais, fomentar a educação e cidadania centradas na consciencialização ambiental, promovendo a inclusão dos hábitos de separação de resíduos e biorresíduos na rotina diária de todos. Um outro objetivo intrínseco ao projeto é o aumento das quantidades de resíduos orgânicos recolhidas que naturalmente contribuem para o cumprimento das metas de reciclagem do Porto.
rceria com outras entidades, acrescenta. Numa outra vertente dos biorresíduos, o responsável revela que o Porto tem previsto o “alargamento das diferentes metodologias de recolha de resíduos verdes”, nomeadamente o “alargamento da recolha porta-a-porta” através da “disponibilização de sacos ou contentores”, em habitações e em instituições.
O “Porto Orgânico” é financiado por três candidaturas ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR) e de uma outra com o projeto “CityLoops”, do H2020. No total, estas candidaturas perfazem um financiamento global de mais de 3 milhões de euros, investido na operacionalização e comunicação do projeto Orgânico.
O QUE É QUE DESEJAM COM ESTA CAMPANHA?
O grande objetivo deste projeto é alargar a recolha de resíduos orgânicos a toda a cidade e cada vez mais fomentar a educação e cidadania centradas na consciencialização ambiental, promovendo a inclusão dos hábitos de separação de resíduos e biorresíduos na rotina diária de todos. Um outro objetivo intrínseco ao projeto é o aumento das quantidades de resíduos orgânicos recolhidas que naturalmente contribuem para o cumprimento das metas de reciclagem do Porto.