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O relatório, publicado pelo Observatório da Recuperação Global, revela que estes países gastaram 368 mil milhões de dólares de um total de 14,6 biliões em medidas de recuperação ambiental.
Os governos dos países com as 50 economias mais importantes do mundo investiram apenas pouco mais de 2,5% em medidas “verdes” de recuperação da crise causada pela pandemia da Covid-19, segundo um relatório divulgado esta quarta-feira.
O relatório, publicado pelo Observatório da Recuperação Global, impulsionado pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente e pela universidade britânica de Oxford, revela que estes países gastaram 368 mil milhões de dólares de um total de 14,6 biliões em medidas de recuperação ambiental de curto e longo prazo, como a redução das emissões de gases com efeito de estufa.
O documento, que apresenta dados de 2020, analisa 3.500 políticas públicas das 50 economias mais importantes do mundo recenseadas pela Universidade de Oxford, advertindo que o foco “unidimensional na recuperação económica a curto prazo corre o risco de exacerbar ainda mais as crises sociais e ambientais a longo prazo”.
Para enfrentar a crise económica gerada pela pandemia, os governos tiveram de avançar com medidas de resgate imediato.
De acordo com o relatório, cerca de 20% dos planos de recuperação pós-Covid eram favoráveis ao meio ambiente em 2020.
Justificando a importância do desenvolvimento de políticas públicas de recuperação “amigas do ambiente”, o estudo realça que tais medidas podem ter consequências benéficas para a saúde, a segurança alimentar e o emprego, levando à redução de 25% das emissões poluentes em 2030.
Apesar de “o gasto ecológico não ser proporcional à magnitude da crise ambiental”, o relatório elogia o investimento nos transportes públicos, que concentrou 30% dos gastos “verdes“.
“A humanidade enfrenta uma pandemia, uma crise económica e um colapso ecológico, não podemos dar-nos ao luxo de perder uma destas frentes”, afirmou, citada num comunicado, a diretora-executiva do Programa da ONU para o Meio Ambiente, Inger Andersen.
No preâmbulo do relatório, a economista dinamarquesa enfatiza que “as despesas verdes a nível mundial não estão à altura de três crises planetárias: as alterações climáticas, o desaparecimento da natureza e a poluição”.