Os grandes centros de dados que as tecnológicas erguem para armazenar os dados que recolhem consomem quantidades significativas de água, fazendo com que este recurso seja mesmo uma das principais vítimas da evolução digital. A Microsoft, porém, não quer ser uma das responsáveis por este problema e anunciou a intenção de providenciar mais água do que aquela que consome.
O plano tem como horizonte 2030, segundo avança a CNBC, e tem como base 40 locais onde a gigante liderada por Satya Nadella está presente e que são considerados “highly stressed”, ou seja, sob maior pressão do que os restantes.
A Organização das Nações Unidas estima que o Mundo usa, actualmente, seis vezes mais água do que há 100 anos e que a utilização está a subir cerca de 1% anualmente. Só nos Estados Unidos da América, o governo acredita que os centros de dados irão gastar 660 mil milhões de litros de água em 2020 – o equivalente para encher 264 mil piscinas Olímpicas.
«Na verdade, nós desenhamos os nossos centros de dados para serem incrivelmente eficientes em termos de água. Na grande maioria das vezes, mesmo em sítios como o Arizona, não usamos água para arrefecer. Arrefecemos os nossos centros de dados com ar exterior», explica Brian Janous, general manager of Energy & Sustainability da Microsoft.
Em entrevista à CNBC, conta que só quando as temperaturas se tornam muito elevadas é que é preciso usar água. Além disso, a Microsoft recorre a uma tecnologia semelhante aos equipamentos de ar condicionado domésticos.
Um dos grandes problemas, paradoxalmente, passa pela falta de dados sobre a própria água. Nas zonas onde este recurso é mais escasso, as associações e empresas nem sempre cruzam informações ou sequer digitalizam os dados que têm, tornando mais difícil o desenho de uma estratégia eficaz.
Nesse sentido, a Microsoft criou uma bolsa que visa o desenvolviento de software capaz de prever os níveis e a acessibilidade da água na região de Central Valley na Califórnia. A ideia é que seja possível saber quanta água potável ainda está disponível, por exemplo.
«É óptimo estabelecer estes objectivos ambiciosos, mas agora temos de realmente trabalhar… Como podemos continuar a insistir de forma a termos o maior impacto, dentro destes compromissos que fizemos?», questiona Brian Janous.