Falhar um acordo em Katowice sobre as alterações climáticas será “suicida”. Quem o diz é António Guterres, secretário-geral da ONU, em vésperas de terminar a 24ª Conferência Mundial do Clima (COP24). Esta sexta-feira é o dia “D” para que o Mundo chegue a um consenso para estabelecer as regras e a ambição para impedir que as temperaturas subam mais de 1,5ºC até final do século. Doze anos é o prazo dado pelos cientistas para impedir a catástrofe projetada pelas alterações climáticas
Falhar um acordo em Katowice sobre as alterações climáticas será “suicida”. Quem o diz é António Guterres, secretário-geral da ONU, em vésperas de terminar a 24ª Conferência Mundial do Clima (COP24). Esta sexta-feira é o dia “D” para que o Mundo chegue a um consenso para estabelecer as regras e a ambição para impedir que as temperaturas subam mais de 1,5ºC até final do século. Doze anos é o prazo dado pelos cientistas para impedir a catástrofe projetada pelas alterações climáticas Com as negociações para definir o “livro de regras” do Acordo de Paris a derraparem, o secretário-geral da ONU, António Guterres, sublinha: “Perder a oportunidade em Katowice vai comprometer a nossa última hipótese de travar a escalada das alterações climáticas. Isso será não só imoral, como suicida”. O aviso serve de apelo para que os países com assento na ONU tomem uma decisão consensual na 24ª Conferência sobre Alterações Climáticas (COP24), que termina esta sexta-feira, em Katowice, na Polónia. A COP24 é vista como a janela de oportunidade para pôr o Acordo de Paris nos eixos, definindo “o livro de regras” para que o seu cumprimento seja mais transparente. Também é esperada uma maior ambição dos signatários na redução nacional das suas emissões de gases de efeito de estufa de modo a impedir que as temperaturas globais subam mais de 1,5ºC (por comparação às da era pré-industrial) até final do século, como defende o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC). Porém, o consenso não é fácil de alcançar. Ao fim de uma semana de negociações em Katowice, os bloqueios fizeram-se sentir: EUA, Rússia, Arábia Saudita e Kuwait anunciaram apenas que iriam “tomar nota” do relatório do IPCC, sem reconhecer a sua importância para travar a catástrofe, reforçando a sua posição de força de bloqueio perante a urgência da ação pedida. Na abertura da conferência a 2 de dezembro, Guterres tinha alertado para o facto de “as alterações climáticas estarem a correr mais depressa do que nós [estamos a agir para travá-las]” e que é preciso inverter esta tendência. A União Europeia, a Nova Zelândia e o Canadá responderam positivamente ao apelo, assim como vários outros países do grupo dos “em via de desenvolvimento”. A UE apresentou a Estratégia Europeia para a Neutralidade Carbónica que tem como objetivo fazer com que os 28 Estados membros desenvolvam políticas que permitam reduzir as emissões de gases de efeito de estufa mais de 80% até 2050. Portugal e outros Estados-membros já apresentaram o seu roteiro para esse caminho. António Guterres tem apelado aos delegados das delegações presentes em Katowice para acelerarem as negociações e chegarem a um compromisso. Restam pouco mais de 24 horas para um acordo e 12 anos para agir.