Jornal de Notícias Agência Portuguesa do Ambiente redige lei que definirá regras para futuros usos, como a rega A água residual tratada nas estações de tratamento de maior dimensão do país poderá começar a ser vendida para reutilização em 2019. A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) está a elaborar uma proposta de decreto-lei, que definirá os parâmetros dos efluentes para a reciclagem e as finalidades em que poderão ser utilizados. Hoje, menos de 2% da água residual tratada é reaproveitada.O diploma legal visa reduzir o risco da reciclagem dos efluentes para a saúde pública e estabelecer “metodologias que estimulem a reutilização para um conjunto de finalidades, desde logo o regadio de jardins e de campos de golfe e a limpeza de ruas”, explica Pimenta Machado ao JN. O vice-presidente da APA sublinha a importância de se fixarem regras, que permitam uma efetiva reciclagem destas águas desaproveitadas, sobretudo num contexto de alterações climáticas que agravarão os períodos de seca e de falta de água.É preciso garantir que há alternativas à água potável para o regadio de culturas, abastecimento de redes de incêndio e utilizações industriais. E a “água de reutilização”, como figurará no futuro decreto-lei, já é alternativa noutros países de Europa. “O risco é preocupante do ponto de vista de saúde pública. Por isso, o decreto-lei vai definir um conjunto de metodologias e de regras para a água de reutilização”, atenta Pimenta Machado. A elaboração do diploma está a ser articulada com as empresas que tratam maiores caudais de águas residuais e com entidades públicas das áreas da Agricultura e da Saúde.O vice-presidente da APA acredita que será possível ter o diploma concluído até março do próximo ano, de modo a “poder implementasse a venda”.» Água tratada em Viseu salvou fabrica de pararJá há exemplos pontuais de reutilização de água pelo país, como os efluentes que saem das estações de Alcântara e de Cheias para lavar ruas em Lisboa. Mas, em 2017, no período mais crítico da seca em Viseu, o aproveitamento da água tratada pela estação local permitiu que uma fábrica têxtil mantivesse a laboração.