Correio do Ribatejo A empresa intermunicipal Águas do Ribatejo decidiu avançar para a blindagem dos estatutos à entrada de privados, por entender que o modelo exclusivamente público que adoptou “é o que defende melhor os interesses das autarquias e dos clientes/munícipes”. A proposta aprovada dia 13 (quinta- feira) em assembleia-geral, que estipula a necessidade de unanimidade para uma abertura do capital a privados, irá agora ser “aprofundada” e sujeita a aprovação pelos executivos e assembleias municipais dos sete concelhos que integram a empresa, foi anunciado numa conferência de imprensa para apresentação do orçamento para 2017.O Conselho de Administração da Águas do Ribatejo (AR), liderado pelo presidente da Câmara de Coruche, Francisco Oliveira, anunciou ainda que “2017 será um ano de crescimento com a entrada de novos municípios”.O município com o “namoro” mais adiantado e em vias de “casamento” é a Golegã, estando a decorrer, no âmbito da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, um estudo para avaliar se a eventual entrada da capital de distrito, Santarém, “beneficia as duas partes” e há ainda “conversas” com Alcanena e contactos com outros municípios, adiantou o responsável.Sobre a blindagem dos estatutos, o Conselho de Administração da AR afirmou que “poderia ser tentador abrir a empresa aos capitais privados, mas os sete presidentes representados nos órgãos sociais não querem ir por aí”.”Queremos continuar a crescer com um modelo de gestão público que garanta a sustentabilidade do contrato de gestão sem exigir esforço suplementar aos clientes”, sublinham em comunicado.Para o ano de 2017, a AR espera resultados operacionais da ordem dos 15,68 milhões de euros, estimando que os custos operacionais se situem nos 10,74 milhões de euros e que o investimento ascenda aos 16,57 milhões de euros.A maior parte do investimento, 13,56 milhões de euros, destina-se a saneamento, 1,6 milhões de euros ao abastecimento de água, 1,2 milhões de euros a manutenção e 173,8 mil euros a outros equipamentos.”É um compromisso ambicioso que nos permite prever que os investimentos realizados pela AR – Águas do Ribatejo ascendam a cerca de 131 milhões de euros no final de 2017. Nunca uma entidade pública investiu tanto na região em tão pouco tempo”, salientam, recordando que a empresa entrou em pleno funcionamento em maio de 2009.A concretização dos investimentos previstos permitirá aumentar a taxa de cobertura da população servida por rede de drenagem e tratamento de águas residuais para cerca de 80%.Consegue-se também assegurar uma capacidade de armazenamento de água para um período de 48 horas em todo o sistema, mais do que duplicando a capacidade existente em 2008, e reduzir as perdas de água dos cerca de 35% atuais para os 20%, até 2020.Francisco Oliveira afirmou que, pelo terceiro ano consecutivo, a empresa não irá atualizar o tarifário na componente de abastecimento de água.Já no saneamento está previsto um aumento de 15% (cerca de 0,70 euros na fa- tura de um “cliente médio”), “de modo a niinimizar o défice entre o custo real do serviço de recolha e tratamento de águas residuais e o valor pago pelo consumidor” para atingir o equilíbrio exigido pela entidade reguladora.O tarifário social para as famílias carenciadas com baixos rendimentos e para as famílias numerosas com cinco ou mais pessoas no agregado familiar vai manter- se, disse o responsável, adiantando que os tarifários com descontos têm cerca de 5.000 beneficiários nos sete concelhos onde a AR é a entidade gestora – Almeirim, Alpiarça, Benavente, Chamusca, Coruche, Salvaterra de Magos e Torres Novas.