Água&Ambiente na Hora Os operadores privados que asseguram os serviços de abastecimento de água e saneamento de águas residuais em baixa conseguem, em média, ser “mais eficientes na execução dos investimentos previstos” dos que o do setor público. Asseguram também “uma melhor qualidade de serviço” e, em situações equiparáveis, “praticam tarifas e encargos mais reduzidos”. Estas são as principais conclusões do estudo “Análise do Desempenho dos Operadores Privados e Públicos no Setor da Água em Portugal” encomendado pela AEPSA (Associação das Empresas Portuguesas para o Setor do Ambiente) e elaborado pelo professor e investigador do Instituto Superior Técnico, Rui Cunha Marques. O documento foi apresentado esta manhã no Centro Cultural de Belém. A investigação incidiu nestas três grandes áreas que precisavam de ser desmistificadas, segundo Rui Cunha Marques, que sublinhou que o estudo foi desenvolvido com “total autonomia”.? ACABAR COM TRÊS MITOS SOBRE INVESTIMENTO, QUALIDADE DE SERVIÇO E TARIFAS ?No que diz respeito ao investimento, Rui Cunha Marques sublinha que os operadores privados despendem “menos recursos financeiros por habitante servido” e têm conseguido ser por isso “mais eficazes e eficientes na execução dos investimentos previstos” que os operadores públicos.?O setor público, que realizou grande parte do investimento com apoios comunitários, ao contrário do privado, é mais oneroso no abastecimento de água do que o privado em cinco por cento. O privado gasta, em média, 1103 euros por habitante enquanto que o público atinge os 1153 euros. No caso do saneamento a diferença é de 15 por cento, gastando o público 893 euros por habitante ano e o privado 763 euros.?”Apesar de o setor privado servir apenas cerca de 20 por cento da população apresenta níveis de investimento, bastante próximos do setor público”, sublinha o autor. O privado atingiu os 1049 milhões de euros e o público 1577 milhões. No que concerne à qualidade de serviço destaca-se a maior eficiência operacional e menor desperdício de recursos, nomeadamente perdas de água. Em 10 dos 17 indicadores selecionados, que na maioria coincidem com os da ERSAR, o desempenho dos operadores privados é superior. “Os operadores privados, em média, atingiram em 2015 um nível de 20,2 por cento de água não faturada, as empresas municipais registam cerca de 27 por cento, os serviços municipalizados 28,4 por cento e os serviços municipais 44,2 por cento”, sublinha. Os privados apresentam também melhor ?desempenho na resposta a reclamações, eficiência energética, cumprimento dos parâmetros de segurança e água segura.?No que diz respeito aos preços os operadores privados apresentem tarifas mais elevadas, no entanto têm que pagar retribuição ao concedente e não têm tido subsidiação ao investimento (fundos comunitários). “Se os operadores privados fossem financiados por fundos comunitários, como os públicos, existiria margem para redução das tarifas de 0,15 euros por metro cúbico”, realçou Rui Cunha Marques.?Removendo estes impactos os operadores privados parecem conseguir praticar um preço inferior ao praticado pelos operadores relativos às empresas municipais e aos serviços municipalizados, conclui o estudo.?O preço médio a cobrar por 10 metros cúbicos de água seria de 18,11 euros no caso do privado, 21,04 euros no caso de uma empresa municipal e 20,96 no caso de serviços municipalizados. Ainda assim os serviços municip