Ambiente Online Por ano são geradas 800 mil toneladas de lamas, metade tem destino desconhecido A AEPSA (Associação de Empresas Portuguesas para o Sector do Ambiente) quer criar, participar e dirigir uma nova entidade gestora de lamas de ETAR (Estações de Tratamento de Águas Residuais), revelou ao Ambiente Online o recém-empossado presidente da associação, Francisco de Mariz Machado. “Propomos que a entidade gestora seja semelhante ao que faz a Sociedade Ponto Verde com a gestão das embalagens no sentido de permitir que as produções sejam devidamente encaminhadas. Pretendemos também ter uma participação societária”, explica o responsável da associação que já comunicou à Agência Portuguesa do Ambiente a sua intenção. Por ano são geradas anualmente em Portugal cerca de 800 mil toneladas de lamas e metade tem destino desconhecido. Apenas se sabe se parte é direccionada para a agricultura, valorização energética e aterros. “O que queremos é casar a produção com o destino final sendo esta entidade gestora uma reguladora de mercado na medida em que comprará os resíduos aos produtores e os encaminhará para os destinos finais adequados”, explica. Para Francisco de Mariz Machado este é um dos grandes problemas que o sector do ambiente vai enfrentar nos próximos tempos e que diz respeito não só ao sector da água, mas também ao dos resíduos. “As lamas são produzidas durante o processo de tratamento de águas residuais, mas são depois consideradas em resíduos. A problemática das lamas é comum a grande parte dos nossos associados”, sublinha. Francisco de Mariz Machado revela que há uma vontade do sector privado de investir em sistemas tecnológicos que permitam dar resposta a este destino final de lamas, mas tem que haver regras bem definidas e preços correctos de encaminhamento e destino final das lamas para que isso possa acontecer.